Está oficialmente aberta a sétima passagem de Abel Braga no Inter. Escolhido para ser o substituto de Eduardo Coudet, que deixou o clube para assumir o Celta de Vigo, na Espanha, o treinador foi apresentado em entrevista coletiva virtual, no início da tarde desta terça-feira (11).
— Estou muito satisfeito e feliz, porque a recepção já foi diferente. Meu filho falou que chegou a se emocionar. Estou vendo um novo clube. Estive aqui em 2014, na minha última passagem, e vocês (dirigentes) conseguiram transformar isso em um nível muito alto. Agora, temos de levar isso tudo que é oferecido para dentro do campo — afirmou o treinador, que assinou contrato até fevereiro de 2021.
Ídolo dos colorados, o carioca de 68 anos ainda depende de sua regularização no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF para reaparecer à beira do gramado já nesta quarta-feira, contra o América-MG, pela Copa do Brasil.
Confira algumas declarações de Abel Braga:
Trabalho de Coudet
Não tenho que falar nada. Está muito bem, em três competições. O trabalho está muito bom. Não está na minha competência falar sobre a saída dele, se foi conturbada ou não. Vou aproveitar tudo o que foi feito, porque nem vou ter tempo de treinar. Vou conversar com os jogadores. Lógico que tenho a minha forma de ver futebol, minha estratégia, mas é uma equipe bem dirigida.
Priorizar competições
Se eu puder ganhar tudo... Eu já tenho essa simpatia enorme com o torcedor. O que vier para nós, vai ser muito bom. Está na hora. Quando cheguei aqui, em 1988, a concentração era embaixo da arquibancada. Fiquei muito surpreso com o que encontrei aqui. Tem jogos que, pode ser de grande importância, mas você trabalha em cima do que a fisiologia te passa. Temos tido problemas de contusão. Se não me engano, foram três cruzados (ligamentos do joelho). É muita coisa para um calendário apertado. Não quero conflito, mas acho que temos um número legal de jogadores. Não vamos priorizar nada. O Inter não ganha uma Copa do Brasil e um Brasileirão há muitos anos.
Gre-Nal
O Coudet e os atletas sabem disso: é um jogo diferente. É um campeonato dentro de um outro campeonato. Mas não estou preocupado com o Grêmio agora. Estou preocupado com o América-MG. O Lisca está fazendo um trabalho excepcional. Não posso mudar o foco, pensando no que vai vir lá na frente. Eu sei o que é um Gre-Nal. Hoje, dentro do país, não tem um clássico com tanta rivalidade. Mas só vou pensar nisso quando chegar o momento.
Jogadores conhecidos
O D'Alessandro é sempre o primeiro a chegar. Mas também já falei com o garoto, o zagueiro Zé Gabriel. Acho que trabalhei com o Lomba bem no início, no Flamengo, em 2004, e o Rodinei no ano passado. O Lindoso, peguei no Fluminense, quando tinha vindo do Madureira depois de ter feito um campeonato carioca muito bom. Já trabalhei um pouquinho com o Dourado. E o Maurício, que estava comigo no Cruzeiro ano passado. Isso ajuda, obviamente, porque quando vem um treinador novo, eles ligam para os colegas. A única coisa que eles vão escutar é que eu não falo nada a não ser a verdade. Tento não cometer injustiças, mas tenho 28 caras que vão ter que brigar pela posição.
Eleições presidenciais
Naquela oportunidade (em 2014), quem foi oposição já tinha sido situação durante muitos anos, que era o Vitório (Piffero). Acho que não haverá interferência dentro de campo. A pessoa, para se tornar candidato à presidência do Inter, tem que ser torcedor de verdade. Então, não pode comprometer os resultados de campo. Não temos que usar isso como desculpa. A eleição está marcada há três anos. Vamos conviver com isso e depois dar continuidade com quem for eleito, porque o campeonato não para. Esse ano não tem férias.
Críticas após saída do Flamengo
Eu nunca falei que sou um treinador de ponta. O que não gostei quando saí do Flamengo foi que não houve verdade. O Flamengo tinha todo o direito de me comunicar de forma clara que estava procurando outro treinador. Achei deselegante e pedi demissão. Fomos campeões da Florida Cup, do campeonato carioca e éramos primeiros colocados no grupo da Libertadores. Saí e chegaram Rafinha, Marí, Filipe Luis e Gerson. Acho que não tenho o que falar. Simplesmente deixei o Flamengo como agora o Coudet deixou o Inter. Eu disse que era normal perder para o Inter aqui e que o Beira-Rio é o estádio mais bonito do Brasil. Isso ofende? Vou continuar falando. Sou transparente. Quem está aqui é o Abel, um pouco mais gordo, com cabelo branco, mas é o mesmo que chegou aqui em 1988.