O próximo desafiante do líder do Brasileirão vive uma situação delicada. Lanterna do campeonato, com apenas cinco pontos ganhos, o Goiás atravessa uma grave crise e o técnico Thiago Larghi, que dirigiu a equipe nas quatro últimas rodadas, já está ameaçado de perder o cargo se não derrotar o Inter, no domingo (13), em Goiânia. Com um empate e três derrotas, o jovem treinador que foi contratado no dia 24 de agosto, para substituir Ney Franco, foi colocado contra a parede pela direção.
Nem mesmo o fato de o elenco já ter tido 26 jogadores contaminados com o novo coronavírus, desde o início da pandemia, sendo que 10 deles testaram positivo na véspera da estreia do Brasileirão, contra o São Paulo, que acabou sendo adiada por esse motivo, parece ser capaz de sensibilizar os dirigentes goianos.
Durante a semana, o presidente Marcelo Almeida declarou à Rádio Sagres 730 de Goiânia, que as coisas precisam mudar e que o trabalho de Larghi não está agradando.
— Para não ficar pensando besteira, prefiro pensar que tá faltando confiança, que o técnico não está conseguindo passar para eles a tática que quer usar dentro de campo. O Thiago até hoje está fazendo experimentos e eu discordo disso. Jogador, nem sempre, capta a mensagem do treinador. Eu não estou satisfeito não, pelo contrário, estou muito insatisfeito. Eu não quero ser leviano e dizer que estou insatisfeito só com a comissão técnica, estou insatisfeito com os jogadores também a final de conta são eles que estão lá dentro — declarou o mandatário do Goiás, deixando recado direto ao técnico.
Além da pressão dos gabinetes, jogadores e comissão técnica também estão sendo cobrados pelos torcedores, que chegaram a tentar invadir o CT do clube, antes do jogo contra o Coritiba, para pressionar os atletas por melhor desempenho. O encontro só não ocorreu porque a segurança do clube acionou a Policia Militar que dispersou o grupo.
Em virtude desse fato, a direção fez uma recomendação aos jogadores e comissão técnica: que todos evitem circular em locais públicos da capital de Goiás. O pedido, porém, não está ligado à prevenção de contágio da covid-19, que tem números semelhantes aos de Porto Alegre, por exemplo. O alerta foi feito para evitar o encontro com possíveis torcedores irritados com o mau desempenho do time.
É nesse clima que o Goiás terá que superar suas dificuldades, no domingo, no Estádio da Serrinha, que leva o nome do histórico dirigente do clube Haile Pinheiro, que aos 84 anos, deixou o quarto de um hospital, no último dia 6 de setembro, recuperado da covid-19, destino que não teve o fisioterapeuta Aílton Rezende Santiago, 47, que perdeu a batalha para a doença na última quinta-feira (10), depois de 11 anos de serviços prestados ao Esmeraldino.
Contra o Inter, Thiago Larghi não terá o zagueiro Rafael Vaz, expulso contra o Coritiba, e o atacante Victor Andrade, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Em contrapartida deverá ter a volta do volante Sandro, ex-Inter, que está recuperado de um problema muscular.
A provável escalação tem: Tadeu; Edilson, David Duarte, Fábio Sanches (Heron) e Jefferson; Gilberto, Breno, Vinícius Lopes, Daniel Bessa e Mike; Rafael Moura.
Goiás e Inter se enfrentam neste domingo, às 18h, no Estádio da Serrinha, em Goiânia. A partida é válida pela 10ª rodada do Brasileirão.