O imbróglio jurídico do Inter com a Turner pode estar perto do fim. Os colorados começam a enxergar um desfecho na briga judicial que já dura mais de um ano com a empresa administradora dos canais Esporte Interativo (que encerraram as suas operações no Brasil ano passado).
— O diálogo já foi mais ácido, e hoje está bastante equilibrado. A conversa está aberta, tanto para continuar o contrato quanto para desfazê-lo. Nós temos uma real possibilidade de chegar a um desfecho, seja qual for o negócio. Existem três possibilidades: ou não conseguimos nada e vamos disputar isso no juízo arbitral, ou cada um cede um pouco e mantemos o contrato, ou rescindimos este contrato de maneira amigável — revelou Eduardo Mariotti, sócio da TozziniFreire, empresa contratada pelo Inter para tratar do contrato assinado pela gestão Vitorio Piffero.
A empresa de advocacia já trabalhou com o Inter na gestão do presidente Giovanni Luigi e retornou com Marcelo Medeiros. De acordo com Mariotti, uma rescisão unilateral é impensada no momento — pois geraria multa — e a negociação que se aproxima é de um acordo, seja para manter o contrato até o final do ano, ou para que ele seja desfeito de maneira amigável, sem a necessidade de ir a juízo.
— A Turner tem uma visão que favorece o lado dela, e o Inter e os demais clubes têm uma visão que favorece o lado deles. Estamos em um ano peculiar, onde eliminar passivos está na visão de todo mundo. Estamos tentando uma dissolução amigável ou uma execução do contrato adaptado à realidade atual — disse Mariotti.
Uma fonte ligada à direção indicou que o Inter pode firmar um acordo com a Globo se for efetivada a rescisão com a Turner. Como já há um contrato com a Globo a partir de 2021, diferentemente dos outros clubes, seria necessário apenas acertar uma extensão do acordo, que passaria a valer desde 2020.
Os colorados negociam de maneira isolada com a Turner, mas todas as ações são debatidas e tomadas de maneira conjunta com os demais clubes. Segundo Mariotti, há uma sintonia entre os clubes, mas por ser o único clube com contrato apenas até o final do ano, a situação vermelha é privilegiada no momento.
— Conversamos com todos os clubes envolvidos e traçamos estratégias. Fizemos uma avaliação de cenário e tomamos as devidas precauções. O Inter não tem dessintonia com os demais clubes. Há uma plena convergências de interesses. Existe uma sintonia. O Inter está afinado com os demais clubes, sempre dialogando e com pesos divergentes. Esta manifestação unida tende a ser melhor. Em tese, a situação do Inter é mais fácil de resolver. Na nossa avaliação, há uma harmonia. O Inter optou por fazer uma interlocução isolada por parecer mais estratégico neste momento — destacou.