O Inter está perto do seu limite financeiro. O Conselho de Gestão colorado já admite muitas dificuldades para continuar mantendo os compromissos em dia nos próximos meses. Existe a possibilidade de atraso de pagamentos caso as competições não sejam retomadas. Com o time profissional treinando no CT Parque Gigante desde o início de maio, o clube já adotou diversas medidas para diminuir o saída de dinheiro dos cofres.
Entre as ações, estão o fechamento do time sub-23, o corte de funcionários em todo os setores, a postergação do pagamento dos direitos de imagem do elenco para 2021 e a redução de 25% nos salários dos jogadores. Em entrevista o programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha, o vice-presidente Alexandre Chaves Barcellos afirmou que o clube tem sobrevivido com as receitas do quadro social e de patrocinadores, o que não é suficiente para pagar as contar.
— Estamos praticamente no nosso limite. Todos os grandes clubes do Brasil estão. Hoje, vivemos basicamente do fluxo de caixa que vem do quadro social e dos patrocinadores, e isso gera um déficit mensal extremamente significativo. Vamos apresentar no Conselho (dia 15 de junho) as contas dos primeiros quatro meses com um déficit já previsto, porém, esperávamos estar compensando esses valores com a disputa das principais competições — afirmou.
No início da temporada, o Inter projetou arrecadar cerca de R$ 100 milhões com a venda de atletas. Esse valor representa cerca de 30% do orçamento total do clube para a temporada de 2020. Em entrevista ao jornalista Alexandre Praetzel, Rodrigo Caetano admitiu que isso é uma realidade complicada não só para a equipe gaúcha, mas para todos os clubes brasileiros.
— Vivemos em uma escassez de recursos, seja do Exterior ou do próprio Brasil. Você trabalha o jogador na base, ele atua poucos jogos no profissional e é vendido com o intuito de gerar receitas para que o clube consiga pagar os salários e fornecedores. Atualmente, as equipes começam o ano trabalhando com um orçamento onde 30% do valor vem da venda de jogadores. Você começa o ano sabendo que tem de vender dois ou três atletas. Hoje, por enquanto, essa é a realidade que vivemos no Brasil. Os clubes sobrevivem da venda de atletas — comentou quando questionado sobre a possibilidade de os clubes se tornarem empresas.
Existe nos bastidores do Inter uma esperança de que as competições sejam retomadas por volta de setembro. Inclusive, a Libertadores. Com o Gauchão sendo retomado em julho, o Inter não resolveria a sua vida financeira, mas receberia a última parcela referente a transmissão da competição, o que auxiliaria o clube a cumprir com partes de seus compromissos.
Além disso, o conselho de gestão está aguardando o pagamento, por parte de CBF, da antecipação dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro. A entidade anunciou na última segunda-feira (8) que está disponibilizando uma linha de crédito para os clubes da Série A que ultrapassam os R$ 100 milhões. O Inter deve receber R$ 7,5 milhões.