A campanha do bicampeonato da Libertadores do Inter, em 2010, foi marcada por reencontros com rivais recentes. No caminho até a final, o Colorado eliminou São Paulo e Estudiantes, adversários superados nas decisões da Libertadores de 2006 e da Copa Sul-Americana de 2008, respectivamente. Os enfrentamentos do passado ajudaram a apimentar a rivalidade.
Capitão do Inter em 2010, Bolívar esteve presente em todos esses jogos com São Paulo e Estudiantes desde 2006. O ex-zagueiro lembra que, apesar da rivalidade, havia também um sentimento de respeito recíproco entre os elencos.
— Esses clubes entravam naquelas competições para ser campeões, eram olhados desde o início como candidatos ao título. A gente sabia quando ao encarar o São Paulo ou o Estudiantes que o vencedor do confronto tinha tudo para ser campeão. Foram jogos-chave na campanha — recorda.
O confronto com o Estudiantes na Argentina ficou marcado pelo gol nos minutos finais, de Giuliano, e a confusão após a partida. Bolívar lembra que diferente da decisão da Sul-Americana, realizada no moderno Estádio Ciudad de La Plata, o jogo de 2010 ocorreu no acanhado estádio Centenário de Quilmes.
— Teve toda uma atmosfera diferente. A gente jogou em um estádio bastante acanhado, e estávamos com o resultado adverso até o final. Fui uma grande pressão da torcida, mas o gol do Giuliano, aos 43 minutos do segundo tempo, nos mostrou que o título iria ser nosso— observa.
O ídolo e ex-capitão como adversário
Apesar do sentimento de que o título não escaparia depois da classificação em Quilmes, o Inter teve um outro difícil desafio antes da final: o São Paulo. Desta vez, o confronto tinha um ingrediente a mais. Capitão colorado na Libertadores e no Mundial de 2006, Fernandão estava no outro lado. E foi de Bolívar a missão de marcar ex-companheiro.
— A gente sabia que seria um jogo muito duro e, principalmente, na bola parada era preciso ter cuidado porque o Fernandão era muito forte. Ele tinha um tempo de bola e um direcionamento com a cabeça que eram impressionantes, não podia faltar atenção com ele. E Coube a mim marcar o Fernandão nas bolas paradas. Eu me grudava nele de uma maneira para não deixar fazer o gol. Foi uma tensão muito grande — conta Bolívar.
Para Bolívar, as dificuldades desses confrontos serviram para mostrar que o Inter estava pronto para ganhar a Libertadores e acabaram sendo fatores de confiança para a decisão diante do Chivas, adversário também conhecido – os mexicanos haviam sido derrotados pelo time comandado por Tite na semifinal da Sul-Americana, dois anos antes.
— O nosso time já estava bem encaixado. Teve a troca de comando na parada para a Copa, que foi uma decisão da direção. A gente aproveitou esse período treinando para ajustar alguns detalhes. Na final havia o receio do campo sintético, que era uma novidade. Fizemos um treino na véspera e fomos para o jogo. Lá ocorreu tudo bem. Ainda ficou marcado para mim por ter feito o gol da vitória lá no México — finaliza o capitão do bi da América.