Na última sexta-feira (25), Vitorio Piffero e Pedro Affatato tiveram os seus recursos negados pelo Conselho Deliberativo do Inter. O percentual de reprovação foi impactante: 98,1%. Excluídos do quadro social colorado desde 2019, por irregularidades na gestão 2015-2016, o ex-presidente e o ex-vice de finanças pediam a alteração da decisão.
Estavam aptos a votar 335 conselheiros colorados. Porém, apenas 269 exerceram o direito de voto. Foram 264 votos contra o recurso do ex-presidente do Inter. Também foi negado, com o mesmo número de votos, o recurso do antigo vice de finanças.
Além disso, foi votado o pedido de prescrição da exclusão do quadro social por parte da defesa dos ex-dirigentes, e 261 conselheiros (97%) votaram não. Não cabe recurso à decisão, ao menos internamente.
O que chamou a atenção no resultado foram os votos a favor dos ex-dirigentes. Cinco conselheiros aprovaram a solicitação de Piffero e Affatato e oito votaram pela prescrição da exclusão de ambos do quadro social, o que causou curiosidade entre os colorados. Após a divulgação do resultado, o Conselho Deliberativo divulgou, nominalmente, os votos contabilizados de todos conselheiros.
Relator do processo, o advogado e conselheiro do clube Felipe Cardoso de Oliveira votou a favor da prescrição da exclusão dos ex-dirigentes do quadro social. A justificativa foi baseada no estatuto vigente em 2016, já que o novo, escrito em 2017, não tem valor retroativo e por isso não poderia ser considerado por segurança jurídica.
— Conforme as normas internas do clube, na data dos fatos (2016), o prazo prescricional vigente era de um ano contado da data do fato. As regras de prescrição, em procedimentos administrativos-disciplinares, precisam estar previstas expressamente. A alteração do prazo prescricional e de sua contagem (a partir do conhecimento dos fatos) somente se deu em dezembro de 2017, não podendo retroagir — explicou o relator.
Como foi voto vencido no quesito da prescrição, o relator votou contra o recurso apresentado pela defesa de Piffero e Affatato, mantendo assim a exclusão dos dirigentes do quadro social do Inter.
Após a divulgação dos resultados, alguns movimentos informaram que houve um erro por parte dos conselheiros ao votar. De acordo com as assessoria de imprensa do Povo do Clube e do Movimento Inter Grande, os conselheiros haviam entrado com pedido de alteração de voto junto à mesa do Conselho Deliberativo, o que ainda não foi concretizado.
Nas suas redes sociais, a conselheira Rosângela Brasil, do Movimento Povo do Clube, afirmou ter tido problemas com a internet e, por isso, acabou tendo registrado o seu voto como a favor do recurso apresentado pela defesa. No mesmo depoimento, ela publicou a imagem do e-mail enviado por ela à mesa do Conselho Deliberativo solicitando a alteração do voto.
"Durante a votação, meu voto saiu errado, por problemas na internet. Óbvio que sou contra o ex-presidente Vitorio Piffero! Enviei um e-mail para o Conselho Deliberativo do Inter e espero uma resposta até agora. Obrigada e fora Piffero", publicou a conselheira.
Votaram sim para o recurso de Piffero e Affatato
- Paulo Roberto Ribeiro de Castro (Movimento Inter Grande)*
- Luis Carlos Freitas Hauber (Movimento Inter Grande)*
- Remy Susin (Inter Maior)
- Rosangela Brasil Gomes (Povo do Clube)*
- Sergio Nicolaiewsky (DNA Colorado)
Votaram sim apenas para prescrição da exclusão do conselho
- Felipe Cardoso Moreira de Oliveira (Independente)
- Geraldo Costa (Convergência Colorada)
- Gustavo Borsa (Movimento Inter Grande)
*Alegaram ter havido algum tipo de erro durante a votação