Em 2009, a Argentina treinada por Maradona venceu o Uruguai por 1 a 0, pelas Eliminatórias, e se classificou para a Copa do Mundo da África do Sul. Dois anos depois, o volante Mario Bolatti, autor daquele gol salvador, desembarcou em Porto Alegre. Logo na sua estreia, balançou as redes no empate do Inter com o Emelec, na estreia da Libertadores. Por tudo isso, nem o mais pessimista dos torcedores imaginaria que a passagem do jogador se encerraria de maneira melancólica.
Após a derrota vexatória para o Mazembe, em Abu Dhabi, a direção colorada não economizou para tirar Bolatti da Fiorentina, da Itália, por 4 milhões de euros. Ele chegava com a missão de tirar da equipe de Celso Roth o criticado Wilson Mathias. No início, empolgou a torcida. Em seu primeiro jogo no Beira-Rio, marcou dois gols contra o Jaguares, do México.
— Estou um pouco surpreso pelos dois gols em uma única partida. Não sou muito de fazer gols. Estou feliz mesmo é pela vitória, que dará tranquilidade para o grupo trabalhar durante a semana — avisou o próprio jogador.
De fato, os gols sumiram. Foram apenas mais dois em toda sua estadia no Inter. Além disso, o jogador foi perdendo espaço na equipe. Em 2012, com a efetivação de Fernandão no cargo de treinador, o argentino perdeu espaço depois de se negar a jogar como zagueiro para suprir uma carência por lesões.
A partir dali, o atleta entraria em rota de colisão com a diretoria. Nas temporadas seguintes, acabou sendo emprestado ao Racing e Botafogo, até o encerramento de seu contrato com o Colorado.
Bolatti acabaria retornando ao seu país, onde defendeu o Belgrano, clube que o lançou para o futebol. Depois, chegou a ser anunciado pelo Boca Unidos, mas resolveu "tirar um ano sabático" para pensar sobre a carreira, como revelou ao repórter Eduardo Gabardo. Desde então, nunca mais entrou em campo.