Apesar de ter conquistado a Libertadores de 2010, o Inter abriu a temporada de 2011 tentando recuperar sua imagem. Afinal de contas, vinha de uma derrota vexatória para o Mazembe, na semifinal do Mundial de Clubes. Uma das tentativas de renovar os ânimos no Beira-Rio foi a contratação do atacante argentino Fernando Cavenaghi. Porém, sua estadia em Porto Alegre durou apenas seis meses.
Aos 27 anos, o jogador chegou ao Inter emprestado pelo Bordeaux, da França, podendo ser adquirido ao final da temporada por 2,5 milhões de euros. De terno e gravata, foi recepcionado por cerca de 300 torcedores colorados no aeroporto Salgado Filho, de onde rumou ao estádio, para conceder sua primeira entrevista coletiva.
— Foi incrível. Não esperava tanta gente. Para mim, é um grande orgulho. Isso me dá força para defender o Inter — declarou em sua apresentação.
A força descrita por ele, contudo, não apareceu em campo. Cavenaghi desembarcou carregando o cartaz de ter sido bicampeão argentino com o River Plate e, inclusive, artilheiro do Torneio Clausura de 2002. Entretanto, repetiu o insucesso apresentado na Europa — além do clube francês que detinha o seu passe, havia defendido o Spartak Moscou, da Rússia, e o Mallorca, da Espanha.
É verdade que sua passagem pelo Inter foi atrapalhada por duas situações que foram além de suas condições físicas e técnicas. A primeira era o excesso de estrangeiros. Devido ao limite imposto pela CBF, ele foi impedido de ficar até mesmo no banco de reservas em alguns jogos. A segunda é que sua estadia coincidiu com o despertar de Leandro Damião, autor de 38 gols naquela temporada. Para efeitos de comparação, quando acertou sua rescisão com o Inter em julho, Cavenaghi tinha apenas dois gols marcados em 13 partidas.
Depois do Colorado, o atacante voltou ao River Plate, ajudando seu clube do coração a deixar a segunda divisão. Por lá, também conquistaria a Copa Sul-Americana e a Recopa de 2014, além da Libertadores de 2015. Encerraria a carreira em 2016, no Apoel, do Chipre.