O título da Libertadores de 2005 do São Paulo tinha começado no Beira-Rio no empate na final contra o Athletico-PR (que não pôde jogar na Arena da Baixada). Em 2006, a conquista da competição sul-americana poderia terminar no estádio colorado.
Campeão da América e do mundo no ano anterior, o time paulista talvez não fosse o favorito para vencer, mas contava com a bagagem de três títulos da Libertadores e três títulos mundiais. Depois da derrota no Morumbi por 2 a 1, só restava a vitória para o São Paulo.
— O Inter foi campeão no Morumbi, calando 70 mil pessoas. O São Paulo, então campeão da América e do Mundo, achou que o Inter se intimidaria e buscaria, no máximo, um empate. Foi surpreendido por um Inter focado e ofensivo, que faz 2 a 1 e leva o gol instantes depois de Sóbis perder o terceiro. Já no jogo do Beira-Rio, sem Ricardo Oliveira e sem Josué, expulso no primeiro jogo, bastou ao Inter administrar os nervos e a tensão, um peso histórico difícil de suportar — relembra Diogo Olivier, colunista de GaúchaZH e que à época participou da cobertura da decisão.
A campanha do São Paulo na Libertadores daquele ano começou superando um grupo com Chivas Guadalaraja, Caracas e Cienciano. A equipe paulista avançou em primeiro, tendo que enfrentar o Palmeiras, pelo segundo ano consecutivo, nas oitavas de final. Empate em 1 a 1 no primeiro jogo e vitória tricolor por 2 a 1 na volta.
Nas quartas, o confronto mais complicado da campanha até a final. Uma vitória para cada lado e o São Paulo avançou nos pênaltis. O atropelo nas semifinais talvez tenha sido o que deixou o clube paulista ainda mais confiante, com 4 a 0 no agregado, o Tricolor Paulista duelaria com o Inter.
— Os dois times eram parelhos. O São Paulo chegou melhor, ganhou os dois jogos do Chivas, chegou com mais moral, e o Inter contava com uma pressão para ganhar. Perder o Josué no primeiro jogo simbolizou muito, porque ele era um dos principais jogadores do clube. O Inter pregava muito respeito ao time paulista, mesmo tendo vencido o primeiro jogo. Apesar de algumas derrotas na campanha, o São Paulo eliminou quase todos adversários com autoridade, só teve problemas com o Estudiantes — conta Alexandre Praetzel, repórter que acompanhou os dois jogos da final de 2006 e atualmente mora no estado paulista.
Em relação ao título do ano anterior, o time tinha apenas duas mudanças: Souza no lugar de Cicinho e Leandro na vaga de Amoroso. A outra troca foi no comando. Muricy Ramalho assumiu no lugar de Paulo Autuori.
A campanha do time paulista
- Fase de grupos
Caracas 1x2 São Paulo
São Paulo 4x1 Cienciano
Chivas 2x1 São Paulo
São Paulo 1x2 Chivas
Cienciano 0x2 São Paulo
São Paulo 2x0 Caracas - Oitavas de final
Palmeiras 1x1 São Paulo
São Paulo 2x1 Palmeiras - Quartas de final
Estudiantes 1x0 São Paulo
São Paulo 1x0 Estudiantes - 4x3 para o São Paulo nos pênaltis - Semifinal
Chivas 0x1 São Paulo
São Paulo 3x0 Chivas - Final
São Paulo 1x2 Inter
Inter 2x2 São Paulo