O Inter de Eduardo Coudet cumpriu seu primeiro grande objetivo do semestre. Na noite desta quarta-feira (26), o time gaúcho venceu o Tolima por 1 a 0, com gol de Guerrero, no Beira-Rio, e conquistou a vaga na fase de grupos da Libertadores. Após passar pelo mata-mata, o treinador argentino indicou que poderá manter a ideia de ter um time mais solto abrindo mão de Musto e Lindoso juntos, mudança que fez no primeiro tempo diante dos colombianos e deu resultado.
A classificação colorada garante uma arrecadação de cerca de R$ 18 milhões — entre premiação da Conmebol e bilheteria — ao clube, além de confirmar a realização dos primeiros Gre-Nais na principal competição de clubes da América do Sul. O Inter entrará no Grupo E, ao lado de Grêmio, América de Cali e Universidad Católica. Os chilenos serão os adversários na abertura da chave, na terça-feira (3), às 19h15min, no Beira-Rio. O primeiro Gre-Nal irá ocorrer na semana seguinte, em 12 de março, na Arena. O clássico com mando vermelho está marcado para a quarta rodada, em 8 de abril.
Decisivo para a classificação, Paolo Guerrero comemorou o fim do seu jejum de gols, que estava completando um mês na noite desta quarta-feira.
— Procurei esse gol. Me mantive firme trabalhando e focado. Não estava fazendo, o que me deixava tranquilo e desesperado para fazer gol. Mas precisava botar a cabeça para pensar e ter tranquilidade para conseguir fazer o gol — declarou o peruano na saída do gramado.
Mesmo com uma postura ofensiva desde o começo do jogo, o Inter teve dificuldade para criar jogadas. O gol só saiu após a entrada de Marcos Guilherme no lugar de Rodrigo Lindoso ainda no primeiro tempo. Coudet explicou que o volante havia sentido dores no início da partida, mas que a alteração se deu pela necessidade de tornar o time mais agressivo.
— Penso que ele poderia seguir, mas estava incomodando. O Rodrigo (Lindoso) me avisou, pedi para ter cuidado. Mais do que a lesão, penso que o time necessitava (da mudança) — justificou Coudet, que indicou que poderá soltar mais a equipe após passar pelos mata-matas da Libertadores:
— Claro (que dá tranquilidade). Na fase de grupos tem margem de erro. Aqui não tem margem de erro, era entrar e fazer o resultado. É importante para o clube, para a torcida.
Mesmo que o Inter tenha sofrido nos minutos finais, quando teve de segurar o Tolima tendo um jogador a menos pela expulsão de D'Alessandro, Coudet avaliou que seu time merecia ter tido uma classificação mais tranquila. O treinador, no entanto, mostrou bom humor e brincou dizendo que para ele as coisas costumam ser sofridas:
— Poderíamos ter tido mais tranquilidade. Tivemos a expulsão quando estava para fazer uma mudança, mas, bom, parece que eu nasci para sofrer. Eles não haviam finalizado e aos 48 minutos do segundo tempo teve a defesa do Lomba. Por mais que não tenhamos criado tanto, estávamos sempre a um passe de ter a jogada final.
A confirmação dos primeiros Gre-Nais da história na Libertadores também foi assunto no vestiário colorado. Derrotado em seu primeiro clássico, no Gauchão, Coudet se mostrou contente com a possibilidade de reencontrar o Grêmio.
— Teremos novamente um Gre-Nal. Um clássico pela Libertadores será importante para a cidade, para o futebol. Isso nos agrada. Respeitamos os rivais, mas temos vontade de enfrentar novamente o Grêmio.
— Gre-Nal vale mesmo quando não é Libertadores. Mesmo se não vale nada, a gente quer ganhar — completou o zagueiro Bruno Fuchs.
O Inter voltará a campo no sábado (29), às 19h, para encarar o Caxias pela primeira rodada do segundo turno do Gauchão. O jogo na Serra poderá servir também para ajudar Coudet a definir quem será o substituto de D'Alessandro diante da Universidad Católica.