Eduardo Coudet não terá muito tempo para trabalhar a equipe que estreará na Libertadores na próxima terça-feira (4), contra a Universidad de Chile. Com viagem para Santiago agendada para este domingo (2), o Inter terá apenas um treinamento com todo elenco à disposição, já em território chileno e na véspera da partida. Ou seja, a base da equipe que disputou duas rodadas do Gauchão será mantida. Ainda assim, há uma vaga em aberto no meio-campo colorado.
Na vitória sobre o Pelotas, na primeira aparição dos titulares nesta temporada, o treinador surpreendeu ao escalar o garoto Johnny, de apenas 18 anos. O jovem, porém, parece não ter aprovado como se imaginava. Além de ter sido substituído aos 15 minutos do segundo tempo, a escolha não foi repetida na rodada seguinte.
— Levo a estreia como experiência e objetivo conquistado. Procurei dar meu melhor e se tiver outra oportunidade, não vai ser diferente — comentou Johnny.
Diante do São Luiz, em Ijuí, a estratégia foi colocar Rodrigo Lindoso em uma função mais avançada, à frente do argentino Musto. Desta forma, somando ainda Edenilson e Patrick, a equipe teve um meio formado por quatro volantes de origem.
— Ele (Coudet) está testando porque vai ter que se fechar fora de casa, jogar por uma bola. É chato jogar lá no Chile. E, além disso, a La U é um time experiente em Libertadores. Em compensação, dentro do Beira-Rio, ele vai ter que atacar. Por isso, penso que, se voltar com um empate em 1 a 1, é um bom resultado — opina Jair, o príncipe Jajá, meia do Inter na década de 1970.
O fator primordial que fez os dirigentes do Inter buscarem "Cacho" no Racing, no entanto, foi a promessa de que o time colorado passaria a jogar de maneira ofensiva, seja como mandante ou visitante. Portanto, ainda pode ser que o treinador coloque em campo uma formação sequer experimentada.
Uma das possibilidades, por exemplo, é dar espaço a um jogador que vem rendendo até aqui em uma função diferente. Improvisado no ataque, Thiago Galhardo chamou a atenção ao balançar as redes adversárias duas vezes.
Questionado se poderia escalá-lo ao lado de D'Alessandro e Guerrero, o treinador argentino saiu pela tangente, declarando que "os jogadores que jogam bem podem jogar juntos". A dúvida é saber se Galhardo poderia ser recuado para fora da área.
— Trata-se de um jogador muito inteligente taticamente, que organiza a equipe em campo. É decisivo, pisa na área e, o mais importante, faz gols. Tem facilidade para jogar tanto por dentro do meio-campo como por fora, mas também faz a função de segundo volante se precisar. Tem sentido de marcação e ocupação de espaços muito interessante. Gostei muito de trabalhar com ele — analisa o técnico Jorginho, que comandou o jogador no Vasco em 2018.
Uma última alternativa seria promover a estreia de Gabriel Boschilia, recém-contratado junto ao Monaco. Enfim, Coudet terá o fim de semana para montar o quebra-cabeças que bem desejar para largar com o pé direito no torneio continental.
— Não tem mágica no futebol. Ele (Coudet) é argentino, vem de outra escola, tem um modo diferente de ver o jogo e está recém conhecendo os jogadores. Vai aprender conforme for jogando. Então, vai ter uma dificuldade imensa. Por mais que tenha olhado vídeos da equipe, levará uns três meses para passar sua filosofia ao grupo. Mas os jogadores são bons e já mostraram que estão no caminho certo — conclui Jair.