Dividindo com Paolo Guerrero a condição de principal jogador do Inter no Brasileirão, mas não figurando nas eleições dos melhores da competição até agora, Víctor Cuesta encara o jogo contra o São Paulo com a importância de uma final. O argentino de poucas palavras vem ajudando o time com o bom desempenho defensivo e dando auxílio eficiente ao ataque — tem seis gols com a camisa colorada. Consciente do caráter decisivo do jogo desta quarta-feira (4), no Morumbi, o zagueiro projeta o caminho para a busca da vaga direta à Libertadores.
— É um jogo difícil, muito importante, mas o bom é que depende da gente para chegarmos à vaga direta para a Libertadores. Temos de fazer uma grande atuação e buscar os três pontos para definir tudo domingo em casa contra o Atlético-MG — analisou.
Como fator de mobilização e incentivo para a partida contra o São Paulo, Cuesta reconhece a importância da vitória diante do Botafogo, como oportunidade de correções e com um resultado que recuperou o time que vinha de apenas um ponto em casa em dois confrontos consecutivos.
— Fizemos um grande jogo e corrigimos algumas coisas que estávamos falhando. Não podemos perder agora porque fica complicado para a vaga direta. Ainda estamos buscando correções. Nossa ideia é propor o jogo. Tomamos muitos contra-ataques dentro e até fora de casa, mas, como visitantes, acabamos ganhando do Bahia e do Botafogo. No Morumbi, os dois times gostam da posse de bola e farão um bom enfrentamento.
O Inter busca vaga direta à Libertadores a fim de ganhar tempo de preparação no próximo ano. Os atletas, segundo Cuesta, sabem dos proveitos de evitar uma fase preliminar e correr os riscos dos jogos eliminatórios. Mesmo assim, o jogador lembra da importância de, pelo menos, estar na competição sul-americana:
— É bom para todos; para o clube, para nós jogadores e para a torcida. Todos desejam a vaga direta. Por enquanto, já estamos na pré-Libertadores em função de um bom trabalho que fizemos, mas o mais o importante é buscar entrar na fase de grupos diretamente.
Sempre minha característica é de ajudar o time na parte ofensiva, mas podem ter certeza que neste ano o gol não vai sair"
VÍCTOR CUESTA
Zagueiro do Inter
O ambiente colorado, segundo Cuesta, não foi abalado com os insucessos ocorridos antes da vitória sobre o Botafogo e a ameaça de ficar fora de qualquer chance de chegar à Libertadores. Ele, no entanto, admite que tudo poderia piorar com um insucesso no Engenhão no último sábado (30):
— O clima é muito bom. Independente dos resultados, nosso grupo se manteve focado até quando perdemos alguns jogos. Vínhamos de um empate e uma derrota em casa e trabalhamos para nos recuperar contra o Botafogo. Fizemos o que era necessário. Obviamente ganhar é sempre bom. Devolve a confiança. Um resultado ruim contra o Botafogo criaria muito mais dificuldades, mas veio a vitória e agora temos outra decisão contra o São Paulo. Depende só da gente. Ganhando, fica um bom panorama pois faltará só um jogo em casa. Temos que pensar na gente.
Com vocação para sair jogando e um bom índice de passes certos, Cuesta contou que Zé Ricardo incentiva os zagueiros a começarem as jogadas, participando mais da armação do time.
— Ele quer que sejamos o primeiro passe para criação na parte ofensiva. Claro que para isto precisa de trabalho e o Zé tem pouco tempo ainda no clube, mas estamos nos adaptando e achamos que estamos no caminho certo — disse.
Na hora de falar em vocação ofensiva, porém, depois de ter ficado perto de marcar contra o Botafogo, Cuesta causou surpresa ao abrir mão de fazer gols nos próximos jogos. Sem maiores explicações, se era uma decepção pelo lance ocorrido, foi taxativo e despertou risos:
— Sempre minha característica é de ajudar o time na parte ofensiva, mas podem ter certeza que neste ano o gol não vai sair.