Quatro pontos ganhos nos últimos 15 disputados. A campanha do Inter parece piorar a cada rodada. Ao assumir o comando técnico, Zé Ricardo venceu o Bahia e colocou a equipe na quinta posição da tabela. Três jogos depois, o clube já está na oitava posição, dois pontos atrás do sexto colocado Corinthians. Caso o Flamengo se consagre campeão da América, uma vaga a mais se abrirá para a pré-Libertadores. O Athletico-PR, sétimo lugar no Brasileirão, já está na Libertadores, por ter conquistado a Copa do Brasil.
O Inter saiu abalado de Fortaleza. Não esperava perder mais uma vez no Brasileirão, agora, para o Ceará. No domingo (10), a equipe receberá o Fluminense, em um Beira-Rio que provavelmente estará sem paciência para novos erros.
— A nossa fase não é ruim, é péssima — disparou o diretor-executivo do Inter, Rodrigo Caetano. — Tivemos uma sequência de resultados negativos, em um momento decisivo da competição. Além de não termos jogado bem, saímos com mais uma derrota. Faltam sete jogos, temos de olhar para a frente. Temos aspirações, temos de conseguir a vaga para a Libertadores — acrescentou Caetano.
O dirigente defendeu o elenco, lembrando que foram os mesmos jogadores que carregaram o time até a decisão da Copa do Brasil:
— Perdemos performance agora, não estamos jogando bem, mas esse é o mesmo grupo que levou o Inter à final da Copa do Brasil, que foi bem na Libertadores, que mostrou uma regularidade no Brasileirão e que agora a perdemos. Não tem outa solução a não ser voltar a vencer. Não podemos correr o risco de não vencer em casa. Precisamos juntar os cacos, lamber as feridas, e contar com o apoio dos torcedores no domingo.
O técnico Zé Ricardo reconheceu a má atuação em Fortaleza, e cobrou resposta imediata da equipe.
— Não temos de ficar arrumando desculpas, deixamos a desejar, não conseguimos fazer um bom jogo. É um momento sensível, mas precisamos nos levantar porque o campeonato continua. Não temos que inventar desculpas quando não produzimos o suficiente para vencer. A decepção é grande, mas temos de olhar para a frente. Temos de nos impor em casa contra o Fluminense. Não tem mal que dure para sempre — disse o técnico do Inter.
Único jogador remanescente da era de ouro do Inter, Rafael Sobis não se negou a dar entrevistas, após mais uma derrota no Brasileirão. Apesar de ter atuado somente nos minutos finais, ele respondeu sobre os problemas da equipe:
— O baque (pela perda da Copa do Brasil) foi grande, mas a final passou faz tempo. A rodada foi boa para nós, poderíamos ter ganhado duas posições. Temos de consertar os nossos erros, vamos acreditar, condições nós temos. Temos de melhorar a cabeça. O nosso momento (ruim) é mais mental do que técnico. Se fizéssemos o primeiro gol no Ceará, seria um jogo tranquilo. Temos de preparar o mental, porque serão críticas de todos os lados agora. Temos de vencer o próximo jogo, temos que melhorar a cabeça.
Sobis ainda respondeu sobre a sua suposta saída antecipada do vestiário após o Gre-Nal, quando teria ido para o ônibus bem antes dos demais jogadores, que ainda conversavam com o técnico Zé Ricardo, após o clássico:
— Falaram que fui para o ônibus, e que a delegação ficou no vestiário. Entrei no vestiário normalmente, a gente rezou, mas como eu já estava de banho tomado, fui o primeiro a ir para o ônibus. Ficou parecendo que a gente tinha brigado, e não foi isso. Não houve nada demais.
O atacante ainda respondeu sobre ter abandonado a jogada após ser driblado por Cirino, na final da Copa do Brasil, contra o Athletico:
— Aquilo é passado, botaram a culpa em mim, nem era para eu estar ali, sou atacante. No Brasil é assim, sempre se acha um culpado.
E finalizou respondendo, de forma enigmática, sobre se deseja renovar o contrato com o Inter:
— Vim para morrer aqui.