Correção: a Brigada Militar e o Ministério Público Estadual vão apurar as denúncias de abordagem truculenta antes de Inter x Fluminense, e não a Brigada Militar e a Promotoria do Torcedor, como publicado entre as 14h8min e 15h55min desta segunda-feira (11). O texto já foi corrigido.
Torcedores do Inter reclamam de suposta ação truculenta da Brigada Militar em uma abordagem antes da partida contra o Fluminense neste domingo (10), no Beira-Rio. O caso ocorreu no Parque Marinha do Brasil, antes de a bola rolar para o jogo válido pelo Campeonato Brasileiro. A BM e o Ministério Público vão apurar as denúncias.
De acordo com os relatos, o grupo fazia um churrasco no local e não havia nenhuma atitude de violência até a chegada da Brigada Militar. Os torcedores reclamam que os policiais teriam chegado de forma agressiva, além de não usarem identificação na farda.
— O clima era sadio quando eles chegaram gritando: "Todos de costas e com as mãos na cabeça". Mandaram as mulheres irem para o outro lado. Achei que seríamos revistadas por mulheres, mas não. Policiais homens revistaram as mulheres — relatou Lenize Doval, torcedora e conselheira do Inter que estava no local.
Durante a abordagem, o torcedor Diego Londero disse ter sido agredido por um policial por ter demorado a sair de cima de sua bicicleta. Londero registrou boletim de ocorrência na 20ª Delegacia da Polícia Civil de Porto Alegre.
Segundo o relato de Diego Londero no B.O, um dos policiais mandou o torcedor sair da bicicleta dizendo a seguinte frase: "Sai dessa m****". "Então, a vítima lhe respondeu dizendo que não estava em cima de nenhuma m****. O policial lhe mandou calar a boca e atender ao seu comando, supostamente dando-lhe com o cassetete à altura da cintura", consta no documento registrado na Polícia Civil.
— Eu já estava fora da bicicleta, daí ele bateu e caí sobre ela. Depois, sofri também ofensas e ameaças do tipo "esse vai servir de exemplo" enquanto estava de costas e com as mãos na cabeça — relatou o torcedor, ao GaúchaZH.
GaúchaZH entrou em contato com o comandante do 1º Batalhão de Polícia Militar (BPM) — responsável pela segurança na área do Beira-Rio —, tenente-coronel Leandro Luz. O oficial disse ter observado as imagens da ação e que considerou a abordagem feita pelos policiais como normal.
— Foi feita uma abordagem natural e normal, que a gente faz em todos os jogos. É natural esse tipo de revista no parque. Todas as nossas ações são filmadas. Não há, em nenhum momento, qualquer situação de agressão — sustentou o tenente-coronel.
Em relação às reclamações de que os policiais não estavam identificados, o oficial afirmou que a questão será apurada. Ele também disse que o fato de policiais homens revistarem mulheres é algo que pode acontecer quando não há policiais femininas na abordagem.
— Essas questões de se dizer que a gente fez isso ou aquilo acontecem diariamente. Agora, é com o inquérito. Será aberto o inquérito e isso tudo será apurado — completou, referindo-se a um Inquérito Policial Militar (IPM).
Além do inquérito interno da Brigada Militar, o Ministério Público também irá investigar o caso.