Mais de 55 mil pessoas lotaram o Mineirão em 23 de agosto de 2017. Em silêncio, a maioria mineira viu Thiago Neves correr para a bola e, de perna esquerda, deslocar Marcelo Grohe. Bola para um lado, goleiro para o outro. O Cruzeiro estava na final e acabaria conquistando o título da Copa do Brasil, revertendo a desvantagem contra o Grêmio que seria campeão da Libertadores da América daquele ano.
Dois anos depois, a história é parecida. Agora, o Cruzeiro encontra o Inter, outra equipe gaúcha na semifinal, e também viu o adversário sair com vantagem de um gol no primeiro jogo. Mas dois detalhes diferenciam os duelos. Frente ao Colorado, a primeira derrota veio em casa. Além disso, gol fora não é mais critério de desempate.
— Na semifinal de 2017, o Grêmio era o favorito, tinha o melhor ataque, sempre fazia um gol fora e levou vantagem para Belo Horizonte. Mas a gente conseguiu dentro de campo segurar o Grêmio que depois se tornou campeão da Libertadores. Esse jogo é referência. Agora é uma situação diferente, em que a gente tenta definir a classificação fora de casa. Nosso torcedor também está confiante de que podemos fazer um jogo melhor e encaixar contra o Inter — recordou o capitão Fábio antes do treinamento fechado no CT do Grêmio na tarde desta terça-feira (3).
O goleiro é o jogador que mais vezes vestiu a camisa cruzeirense. Contra o Inter, ele vai entrar em campo vestindo azul pela 850ª partida. No último final de semana, contra o Vasco, ele defendeu mais uma cobrança de pênalti. Ao todo, já são 28 penalidades defendidas na carreira. Esta característica pode ser decisiva no duelo contra os colorados no Beira-Rio. Afinal, vitória simples do time de Rogério Ceni fará o confronto ser decidido na marca da cal.
— Temos de tentar resolver a partida da melhor maneira possível no tempo normal. O jogo é difícil e a gente tem de tentar uma vitória simples e ver o que vai acontecer. A gente tem de aproveitar as oportunidades que o jogo favorece. O primeiro pensamento é ganhar. Se for para as penalidades, aí é foco e concentração. A coisa iguala muito. Tanto o Cruzeiro quanto o Inter, têm bons batedores. O (Marcelo) Lomba se destaca nas penalidades. Vai ser equilibrado se chegar neste ponto — avaliou.