Com a presença de Wellington Silva e de outros 41 réus foi realizada, em Valência, na Espanha, a audiência do julgamento que investiga suposto acordo entre Zaragoza e Levante. O juiz irá se manifestar nesta quarta-feira (4) se o processo terá prosseguimento ou se acatará o pedido de anulação solicitado pela defesa. Dependendo da decisão, Wellington poderá retornar antes do previsto a Porto Alegre para atuar pelo Inter.
Inicialmente, o atacante teria de ficar de 3 a 12 de setembro, ainda que seu nome não estivesse constando no material vazado quando da suspeita envolvendo os clubes espanhóis.
A Liga Espanhola descreve o pedido de anulação das defesas como injusto. Para os advogados da entidade, a denúncia do presidente não se baseia apenas no relato de um jogador do Zaragoza, mas em uma série de fatos.
Os advogados de defesa solicitam para que seus representantes sejam liberados de comparecer a todas as sessões, mas somente nos dias considerados imprescindíveis. A alegação está baseada no fato de que boa parte dos envolvidos está atuando pelos seus times.
Entenda o caso
Em 5 de março de 2013, o atual presidente da Liga Espanhola e advogado de profissão, Javier Tebas, apresentou uma queixa com a suposta acusação envolvendo Levante e Zaragoza, a última partida da temporada 2010/11. Um de seus clientes, um jogador do Zaragoza, em seu escritório, conta ao dirigente sobre as transferências que 11 jogadores do time receberam para pagar aos jogadores do Levante para entregarem a partida e garantir a permanência do Zaragoza na primeira divisão. É esse depoimento que motiva Tebas a denunciar o caso no Ministério Público.
Os advogados do Zaragoza pedem a anulação do processo sob a justificativa do mesmo estar contaminado, a defesa acusa Javier Tebas de violar os direitos dos acusados na denúncia e ter utilizado informações confidenciais de um cliente para denunciar o caso. O processo foi reaberto no ano passado, o jogo em questão marcou a permanência do Zaragoza na elite após vitória por 2 a 1. À época no Levante, Wellington entrou no segundo tempo da partida.
Para o promotor Pablo Ponce, Tebas não tomou conhecimento de maneira ilegítima do acordo porque é um cliente que lhe relata e além disso, garante que a relação cliente-advogado ocorra no âmbito de um procedimento e ninguém apresentou queixa contra o presidente da Liga Espanhola por violação de direitos fundamentais porque não há dever de sigilo profissional, acrescentou o promotor.
Além disso, não há convicção que Tebas tenha violado o direito à privacidade do cliente porque ele não divulgou seu nome ou dados pessoais.