E agora, Inter? O Gauchão se foi, a Libertadores da América se foi, o Brasileirão é uma conquista improvável, e lhe resta tentar a ganhar a Copa do Brasil. Após o empate em 1 a 1 com o Flamengo - quando precisaria ganhar por 4 a 1 para seguir adiante, devido ao placar agregado, após a derrota por 2 a 0, no Rio -, no Beira-Rio, a equipe de Odair Hellmann precisa se reinventar se realmente quiser retomar um período de grandes conquistas, distante do clube desde a Recopa Sul-Americana de 2011. Agora, o Flamengo fará a semifinal brasileira contra o Grêmio, com o primeiro jogo na Arena e o segundo, no Maracanã.
No mata-mata das quartas de final da Libertadores, a equipe de Odair mostrou um sistema ofensivo falho e uma defesa exposta diante de um adversário superior. Quando mais precisava de pressão e de gols, no jogo da tentativa de reação, no Beira-Rio, o Inter fez um primeiro tempo fraco, reagindo na segunda etapa, e se desorganizando para tentar o segundo gol, e levar a decisão para os pênaltis quando ainda faltavam 16 minutos para o fim do clássico.
— Não dá para ficar pensando no que passou. No sábado, temos jogo pelo Brasileirão (contra o Botafogo) e, na quarta-feira, teremos outra decisão, o jogo mais importante do ano (o jogo da volta contra o Cruzeiro, pelas semifinais da Copa do Brasil, após ganhar a partida de ida por 1 a 0, no Mineirão), quando poderemos chegar a uma final. Apesar da nossa dor, e da dor do torcedor, o aplauso ao final do jogo é a maior demonstração de que ele acredita no trabalho que está sendo feito — disse o vice de futebol Roberto Melo.
Odair Hellmann também tratou de tentar uma remobilização imediata de time e torcida, em especial para a decisão com o Cruzeiro, outra vez no Beira-Rio.
— A tristeza pela não classificação não é só do torcedor, é nossa também. Tentamos de todas as formas, mas não deu. Fizemos tudo o que poderíamos para enfrentar o Flamengo. Tínhamos que correr riscos. Fizemos uma boa Libertadores, e tivemos esse enfrentamento de gigantes com o Flamengo. Mas tivemos que ir para o risco, devido ao placar dilatado que o Flamengo conseguiu no Maracanã — afirmou o treinador. — A eliminação gera tristeza, mas agradecemos ao torcedor ao final do jogo porque, a partir de agora, temos que reverter isso. Temos uma decisão na quarta-feira e precisamos confirmar a nossa classificação para a final da Copa do Brasil. Estou muito triste, igual ao torcedor — acrescentou.
Após o jogo, Odair reuniu o grupo no vestiário e lembrou que o momento é de reação e de foco outra vez no Campeonato Brasileiro e na Copa do Brasil.
— O ano não acabou. Temos duas competições e ainda estamos fortes na Copa do Brasil. Amanhã (quinta-feira) ainda vai doer. N próxima quarta-feira, será outra competição. Não vamos desistir, tem muita coisa pela frente. A Copa do Brasil também é muito grande e queremos muito chegar a essa final. O Flamengo fez uma vantagem grande no Maracanã, e soube explorar isso — declarou Marcelo Lomba.
— É normal ter exposição na defesa em uma situação dessas. Correríamos riscos porque precisávamos do resultado. Contra o Palmeiras (na Copa do Brasil), conseguimos. Mas, contra o Flamengo, não deu. O Inter caiu de pé — sentenciou o autor do gol colorado sobre o Flamengo, Rodrigo Lindoso.
Já o técnico do Flamengo, Jorge Jesus, afirmou que a sua equipe foi superior no mata-mata e, inclusive, no jogo do Beira-Rio.
— Fomos a melhor equipe durante os 90 minutos. O Inter acabou fazendo um gol de bola parada, mas não teve uma outra chance de gol. Temos um objetivo, que é chegar à final. Ainda faltam dois jogos (o mata-mata semifinal contra o Grêmio) — disse ele, que mostrou desconhecer alguns aspectos do Inter, como o nome do camisa 10:
- Como é que ele se chama? Alecsandro? Não? Ah, D'Alessandro.