Durou efetivamente 23 minutos o sonho da virada do Inter e da busca pelo tri da América. O 1 a 0 que indicava um caminho e e a esperança da semifinal esfarelaram-se em um contra-ataque expresso montado por Bruno Henrique, autor de 11 assistências e 18 gols, para Gabriel Barbosa, 25 gols. Ali, desmoronou uma mobilização da torcida que poucas vezes se viu na história recente do Inter. Uma mobilização que segurou, o primeiro tempo, as pontas de um time comedido demais para o tamanho do desafio que tinha pela frente.
Odair repetiu a formação do Rio, onde a vaga ficou amarrada ao Flamengo. Manteve Sobis e apostou nas saídas de Edenilson e Patrick. O resultado foi um time que defendeu-se mal e atacou com uma timidez de ruborizar. Só saiu vivo para o intervalo porque Gabriel Barbosa errou dois gols diante de Lomba.
O cenário começou a mudar quando Odair deixou a prudência de lado. Primeiro, ele colocou Nico no lugar de Sobis. Mesmo distante do atacante ousado e agressivo, o uruguaio deu vida ao ataque. O time avançou e começou a ocupar espaços. Foi quando Wellington Silva entrou no lugar de Uendel. O Inter mudou, virou um Flamengo no ataque. Tramava, trocava passes, obrigava o adversário a chutar para onde o nariz indicava.
Lindoso fez o gol aos 17 minutos, e o time se encheu de confiança. Quando o jogo foi retomado, depois de um longametragem para revisão no VAR, o Inter partiu com ferocidade para cima. Foi quando Odair, que tinha começado a noite cauteloso, se tomou de extrema coragem.
Faltavam sete minutos e, pelo menos, oito minutos de acréscimo, quando colocou Sarrafiore no lugar de Cuesta. Arriscou tudo em busca do segundo gol. Talvez pudesse até esperar um pouco. Mas era preciso arriscar, e justamente Sarrafiore perdeu a bola do contra-ataque letal de Bruno Henrique e o gol de Gabriel.
Agora, resta a Copa do Brasil, na quarta-feira (4). São três jogos apenas até o título, os R$ 52 milhões e uma vaga na Libertadores de 2020.