Um antigo parceiro do Inter segue muito próximo do clube. Delcir Sonda, investidor que contribuiu com suporte financeiro em contratações nos últimos anos, esteve no Uruguai acompanhando de perto os bastidores da equipe e torcendo por uma vitória na Libertadores. No retorno da delegação a Porto Alegre, após viagem em voo fretado, o empresário atendeu a reportagem para uma breve entrevista no saguão do Aeroporto Salgado Filho.
O primeiro ponto ressaltado por Sonda foi a sorte que tem quando assiste aos jogos do Colorado. Segundo ele, jamais perdeu uma partida quando esteve presente no estádio pela Libertadores.
— Eu acho que sou pé quente. Eu não perco, no máximo dá empate. Dou muita sorte, é muito difícil ir a Porto Alegre, então só vou nesses jogos especiais. Por incrível que pareça, nunca perdi uma partida de Libertadores, nem fora, nem em casa — brincou.
Há um movimento que articula uma possível candidatura de Delcir Sonda à presidência do Inter. Hoje, segundo o estatuto do clube, tal medida não é possível pelo empresário sequer ser conselheiro. Mas num futuro próximo, tal possibilidade anima o colorado ilustre.
— É um dos maiores sonhos. Inclusive, não é meu. É da minha família também. Como tenho um grande grupo na mão, tenho de pensar muito, mas estou sim com muita vontade, vai depender da estruturação da empresa. Pretendo sim, a torcida está esperando e o momento vai chegar — conta.
Inclusive, os preparativos estão sendo tomados para uma eventual chegada de Sonda ao posto máximo dentro do Inter. Ele garante que está ajustando condições profissionais para depois conseguir dedicação máxima ao projeto:
— Estou cuidando da situação da minha empresa. Faço a gestão do grupo, tenho de ajustar para sair. Acredito que, se eu puder, estarei presente. A torcida sabe a minha vontade de participar, sou doente, sou apaixonado por esse clube, então o que eu posso fazer é estar presente junto ao Inter — finaliza.
No final do ano de 2018, Sonda perdoou dívida de R$ 25 milhões que tinha para receber do clube. A relação com a direção comandada por Marcelo Medeiros é ótima. O investidor faz questão de rasgar elogios aos dirigentes atuais.
Porém, ressalta que o suporte que pode conceder, pela atual legislação esportiva, é diferente de outros momentos. Sobre especulações de uma contribuição para repatriar o volante Charles Aránguiz, ele é enfático. Entende que o melhor é buscar soluções que se enquadrem na realidade do clube.
— O Inter está numa fase muito importante de gestão. Receberam o clube muito mal, eu fiz a minha parte, não com jogador, mas de ajudar de outras formas. Então, essa parceria para mim foi importante porque todo mundo pensa no Aránguiz. Mas hoje o clube não pode investir o valor que eles (Bayer Leverkusen) querem por um jogador de 30 anos que não está jogando na Alemanha. Acho que o Inter tem de fazer contratações pontuais. O clube está vindo de uma segunda divisão e tem de ter pés no chão. O futebol brasileiro não está bem no momento. Não é o Inter, são todos os clubes. Então a diretoria está fazendo o papel e assim que eu puder ajudar, participo naquilo que mais precisa: o financeiro. Não posso colocar jogadores, entendeu? — explicou Sonda.