Talvez bem mais do que o gol de Paolo Guerrero logo na estreia do atacante peruano com a camisa do Inter ou mesmo a vaga às finais do Gauchão, o principal presente para os colorados na vitória por 2 a 0 sobre o Caxias, no aniversário de 50 anos do Beira-Rio, tenha sido a esperança. Com o novo camisa 9, a torcida entrou na noite de sábado e avançou no domingo com a confiança renovada.
É bem verdade que, por si só, a campanha do clube na Libertadores é superior às expectativas criadas no início da temporada. Mas a grife e os gols de Guerrero estabelecem novo status de respeito ao Inter do técnico Odair Hellmann.
Depois de quatro anos, o Inter reencontra o Grêmio — que venceu o São Luiz neste domingo (7) por 3 a 0 — em uma decisão estadual. O jogo de ida será no domingo, no Beira-Rio, e o da volta, na Arena, no dia 17 (quarta-feira da próxima semana). Antes disso, o time pode confirmar a classificação às oitavas de final da Libertadores se vencer o Palestino nesta terça-feira, em casa.
A grande questão a partir de agora diz respeito ao aproveitamento imediato de Guerrero no torneio continental. O camisa 9 será reavaliado e, caso não sinta dores, começará a partida diante dos chilenos. Neste domingo, no dia seguinte à vitória sobre o Caxias, o jogador de 35 anos participou normalmente do treino no CT Parque Gigante.
— Guerrero fez uma boa estreia. Fez o gol, o que sempre dá confiança ao atacante. Sobre terça-feira, vamos conversar e ver. Mas que bom que ele está bem e à disposição. Ele participa também do jogo de construção, não só como pivô. Diante do Caxias, jogou com um grupo que ele não treina no dia a dia. Ele agrega, e os caras (os adversários) precisam respeitar. Sabem que, se bobear, ele pode matar o jogo em um segundo — comentou Odair.
Indagado sobre o futuro imediato do ataque colorado, o treinador respondeu:
— Em alguns momentos, até podemos usar Sobis e Guerrero juntos. Depende. Um jogo tem 95 minutos, às vezes, a formação inicial nem sempre é a que vai ganhar um jogo. Não é um jogador específico. É uma questão só de visualizar o jogo e pensar a partida e o adversário.
Emocionado com o retorno aos gramados, Guerrero dedicou o primeiro gol pelo Inter ao sobrinho Júlio Andrés Rivera Quispe, morto por atropelamento aos 28 anos, no mês passado, em Lima.
— Decidi que o primeiro gol seria dedicado a ele e também ao torcedor do Inter. Estava ansioso para entrar em campo, de representar o Inter. Estou muito agradecido ao clube pela maneira como me acolheu aqui. Estou muito feliz com este gol, e agora é trabalhar forte. Me senti muito bem. Me preparei muito bem. Queria, sim, seguir jogando, mas isto é decisão do técnico — afirmou o camisa 9.
Na sequência, Guerrero terá pela frente o Palestino, os Gre-Nais das finais do Gauchão e, em seguida, o retorno à Lima, para jogar pela primeira vez contra o seu clube de origem, o Alianza:
— A história do Inter é iluminada, grandes jogadores passaram por aqui. Este gol representa muito para mim. Estar aqui é uma grande motivação. Fui contratado há muito tempo e não podia jogar. Voltar a Lima vai ser especial. Comecei com sete anos no Alianza, saí com 17 para 18 anos (para o Bayern de Munique). Vai ser muito especial, mas, dentro de campo, tenho de fazer tudo de melhor para o meu time. Estou me preparando muito para isto. O jogo de terça (contra o Palestino) já é muito importante para conseguirmos a vaga.
O Inter surge mais forte depois da estreia do atacante peruano. A partir de agora, o time que chega à decisão do Gauchão é Guerrero e mais 10.
Os números de Guerrero na estreia
- 63 minutos em campo
- 1 gol
- 3 passes certos
- 1 falta recebida
- 2 conclusões a gol
- 5 jogadas de cabeça