Nonato e Patrick jogaram juntos desde o início pela primeira vez na partida contra o Avenida por conta das suspensões de Edenilson e Nico López. Com o retorno dos dois titulares, a briga por vaga na equipe de Odair Hellmann será ainda mais acirrada. É possível que o jovem meio-campista, que entrou bem nas últimas partidas, e o veterano ex-Sport, um dos pilares da boa fase do time em 2018, disputem apenas um lugar entre os 11.
Nonato foi titular nos dois últimos jogos do Inter no Gauchão, nas vitórias sobre Caxias e Avenida. Esteve em campo por 160 minutos. Patrick, muito mais experiente, foi titular 48 vezes na temporada passada. Neste ano, depois de perder espaço, começou três partidas das cinco em que participou. Ganhou moral a partir do gol da vitória contra o Caxias — exatamente o jogo que marcou a estreia de Nonato no time principal.
— Que bom que o Patrick retomou, né? Como eu já disse, ele é um jogador importante, é um jogador de força, de romper linhas. E ele conseguiu fazer tudo isso no jogo hoje (domingo). O Nonato também fez uma bom jogo. É um jogador com uma característica diferente, mais plástica. E hoje já fez outros movimentos. Acho que o mais importante é que nós ganhamos mais dois jogadores — avaliou o técnico Odair Hellmann, logo depois da partida em Santa Cruz do Sul.
Na Cotação GZH da vitória sobre o Avenida, os dois tiveram a mesma nota: 7. A avaliação de Nonato foi que "tem talento para se manter como titular. No sistema de Odair, porém, ele poderá ser o reserva imediato de Edenilson e de Patrick".
No caso do camisa 88, a avaliação foi que "não conseguiu muito, ainda está longe do Patrick de 2018, mas, com o que fez, foi o destaque do setor. Voluntarioso, tentou fazer o lado esquerdo jogar".
Para Gustavo Fogaça, analista de GaúchaZH, Patrick traz para o Inter características que fazem com que ele seja uma peça importante ao longo da temporada.
— Irei um pouco contra a maré e o desejo da torcida colorada, mas entendo que recuperar Patrick de volta ao nível que ele teve ano passado deveria ser prioridade para Odair. Foi ele quem abonou o modelo de jogo colorado com suas roubadas de bola no campo ofensivo, permitindo transições rápidas e verticais. Mesmo abaixo do seu nível, nesta temporada os números de Patrick são melhores dos que o de Nonato, em sua maioria — explica.
Para o colunista Diogo Olivier, contudo, a qualidade de criação é um ponto favorável a Nonato:
— Eu iria de Nonato, por acrescentar um estilo diferente ao meio-campo, com troca de passes curtos e transição qualificada. O crescimento de Nonato, do jogo do Caxias para o Avenida, foi espantoso. Especialmente no segundo tempo, em Santa Cruz, pisando na área e até driblando sem perder a força de marcação — observou.
Fogaça destaca que Nonato tem uma média melhor de acerto de passes — 93% a 88%, mas Patrick faz uma função importante em um possível tripé no meio-campo
— O Patrick entrega intensidade defensiva e fortalece o tripé central. É claro que Nonato pode realizar essa função, e ele inclusive tem potencial para armar o jogo com qualidade. Mas, por hoje, Patrick para mim ainda é superior — completou.
Apesar de entender que Nonato deveria ser o titular, Diogo Olivier acredita que Odair irá na opção mais experiente:
— Acho que Odair Hellmann vai de Patrick, pela hierarquia de vestiário, experiência e até sua melhora no Campeonato Gaúcho, com gol diante do Caxias e assistência para Sarrafiore nos Eucaliptos. Faça-se justiça com Patrick: ele pode ainda não ser aquele Patrick do primeiro semestre de 2018, mas vem melhorando bem em relação a um começo de ano ruim.