Por Amanda Munhoz, José Luis Costa e Leonardo Oliveira
De acordo com investigações do Ministério Público (MP), os empresários envolvidos nas negociações de jogadores teriam depositado valores de R$ 5 mil a R$ 20 mil na conta do então vice de futebol Carlos Pellegrini, durante a gestão Piffero entre 2015 e 2016. A soma total das transações, que teriam sido realizadas pelos gaúchos Rogério Braun e Fernando Otto e pelo paulista Giuliano Bertolucci, chega a R$ 94 mil. Os depósitos para Pellegrini eram definidos dias antes dos valores serem pagos ao dirigente, conforme a investigação.
No caso da venda do goleiro Alisson, Braun atuou como intermediário no repasse para o clube italiano, no começo de 2016. Pelo seu trabalho, recebeu sua comissão em duas parcelas. A primeira, de R$ 372.610,70, teve cheque compensado na conta do Inter no Banrisul em 26 de fevereiro daquele ano. A segunda parcela foi quitada em cheque de R$ 293.770,09, depositado por Braun no dia 31 de outubro.
Conforme apurou o MP, nos dias subsequentes teriam sido feitas pelo empresário duas TEDs (transferências bancárias) para a conta de Pellegrini. A primeira, de R$ 15 mil, em 9 de novembro de 2016, e a outra, de R$ 5 mil, no dia seguinte. Um detalhe: o dirigente tinha deixado o cargo havia 101 dias. Naquele começo de novembro, o Inter lutava de forma desesperada contra um rebaixamento que se desenhava inevitável. De acordo com a apuração do MP, não há indícios de que o goleiro tenha relação com as supostas negociatas entre agentes e dirigente.