O empate contra o Ceará em Fortaleza minou quase de forma definitiva as esperanças do Inter de disputar o título do Brasileirão. Agora, para ser campeão o Colorado precisa vencer 100% dos pontos a serem disputados e que o Palmeiras não faça 10 pontos em quinze. Ou seja, impossível.
Ainda mais se pegarmos o retrospecto de aproveitamento nas últimas 5 partidas dos dois clubes. O time de Luis Felipe Scolari tem 100% de aproveitamento como mandante, e com três jogos no Allianz Parque ainda, tende a fazer nove pontos só nesses 3 jogos.
Voltando o olhar para o jogo contra o Ceará, o Inter repetiu alguns acertos e erros que o fazem ser um dos times mais regulares do campeonato. E justamente por ser tão regular, não vejo ao Colorado melhorando seus 60% de aproveitamento (últimos 5 jogos) neste final de torneio. Estes 40% a mais que o Inter precisa, não devem aparecer.
O 4-3-3 NOSSO DE CADA DIA
Olhando o posicionamento médio do Inter no jogo, o time se posicionou em um 4-3-3 base alta, com D'Alessandro e Edenílson a frente de Rodrigo Dourado. Com Patrick e Nico Lopez nas pontas da última linha, ocupando mais espaços centralizados do que de amplitude. Rossi (camisa 22) entrou e abriu o campo pelo lado direito.
Já no que cabe à produção ofensiva, o Internacional teve 5 finalizações (sua média é de 12 por jogo), sendo 4 originadas em ataques posicionais (jogadas construídas coletivamente) e uma de jogada individual (justamente a segunda finalização de Damião que foi gol).
A média de valor esperado de gol do Inter no campeonato é de 1,7xG por jogo, e contra o Ceará foi de apenas 0.39xG. Ou seja: além de poucas finalizações, foram chances com baixo valor esperado de gol. Produção bem pobre para quem queria disputar o título.
Aliás, o gol veio de uma jogada individual, mas toda a jogada coletiva que originou a primeira finalização de Damião, foi primorosa. Foram sessenta segundos de posse a partir de um lateral batido por Iago do lado esquerdo ofensivo, uma intensa troca de 18 passes pelo terço central entre oito atletas, até que Damião se apresenta para finalizar.
Veja no mapa abaixo o desenho da jogada do gol do Internacional que representa o que há de melhor no time de Odair Hellmann na temporada.
DOMÍNIO COM A BOLA MAS SEM CHANCES DE GOL
O gol Colorado foi cedo (15') e permitiu ao Inter ter tranquilidade para ter a posse da bola. Chegou a ter 66% de posse nos últimos 15 minutos da partida. Mas essa posse não foi transformada em criação de chances de gol. Principalmente no segundo tempo, onde só deu Ceará: foram 12 finalizações do time de Lisca contra apenas 1 do Colorado.
Nas disputas o Inter foi soberano, principalmente no segundo tempo onde não deixou o Ceará vencer os desafios individuais. E nesse aspecto, mais uma vez se destacou Victor Cuesta. O argentino foi, segundo o índice InStat, quem teve o melhor desempenho na partida.
Só contra o atacante Arthur Cabral, principal figura do Ceará, Cuesta teve 14 disputas e venceu 12 (85% de aproveitamento). Com muita intensidade pelo lado esquerdo do campo, fez importantes conexões com Iago e D'Alessandro, sendo principal primeiro passe na construção coletiva do Internacional.
Assim, o Inter mostrou o que tem de melhor e o que não conseguiu melhorar neste campeonato. E essa regularidade faz do Colorado uma afirmação positiva do Brasileirão e traz a certeza de que o Inter não será campeão em 2018.
Todos os gráficos e estatísticas são da InStat, maior plataforma de dados de futebol do mundo e parceira do Esquemão e de GaúchaZH.