O polêmico gol anulado pelo árbitro Ricardo Marques Ribeiro no empate em 2 a 2 entre Inter e Santos segue dando o que falar. No episódio, o juiz mineiro demora mais de cinco minutos para tomar a decisão de assinalar o impedimento do atacante colorado.
Para o ex-árbitro e atual comentarista de arbitragem Leonardo Gaciba, o gol foi bem anulado, mas a demora na decisão acabou acirrando os ânimos de todos.
— Tecnicamente falando, há o impedimento. Não é lance interpretativo. Durante o jogo, ele (Ricardo Marques Ribeiro) demora muito pra ter uma decisão, foi o que irritou todo mundo. O único erro dele foi esse, passou uma impressão ruim. Não houve interferência externa. Indo um pouquinho mais longe, se houvesse, teria sido mais rápido. A intenção dele era ouvir todo mundo, mas não precisava daquele tempo todo. A impressão que passa, é que ele queria ver uma imagem.
Gaciba também comentou o bate boca do juiz após o jogo.
— É uma reação. Ele próprio se cita na súmula. Se o tribunal acreditar que ele fugiu da normalidade em rebater, poderá julgar. Mas não sei em que artigo se encaixaria a denúncia. Ele apenas pede respeito — concluiu.
Renato Marsiglia, que trabalhou na transmissão do jogo pela SporTV, também concordou com a anulação do lance. Para o comentarista, entretanto, a confusão poderia ter sido evitada se o árbitro tivesse mantido sua primeira decisão.
— Quem tocou por último na bola é o Cuesta, então a posição do Damião é irregular. A questão toda foi o fluxo da informação. Eles decidiram pelo impedimento. Depois, devido às reclamações, ele decidiu perguntar aos auxiliares. Aí demoraram oito minutos pra decidir uma coisa que já tinham decidido lá no início. Isso mostra a insegurança do juiz. É um lance muito difícil, não há duvidas. Se ele na hora marca o impedimento, vira as costas e manda seguir o jogo, nada disso teria acontecido. E, mais, em toda aquela conversa, a verdade é que ninguém chegou a conclusão nenhuma, e se ninguém chegou, ele ficou com a primeira impressão.
Marsiglia ainda explicou que há uma orientação da emissora em não reproduzir o replay do lance até que a equipe de arbitragem tome uma decisão, para que não haja nenhuma possibilidade de interferência externa.
— Não acredito que ele estivesse esperando alguma opinião de alguém de fora. Eu já tinha visto as imagens de todos os ângulos. Elas não são disponibilizadas para que não se acuse a emissora de uma interferência externa. Alguém de casa pode ver, até mesmo o estádio está cheio de telas. Qualquer um pode pegar o celular e avisar alguém dentro do campo. A ordem da Globo é de não soltar as imagens enquanto o árbitro nao tomar a decisão. Também não informei minha opinião no ar enquanto ele não definiu. Em Plameiras e Ceará, aconteceu a mesma coisa no pênalti do Edinho.