O empate em 2 a 2 entre Inter e Santos foi marcado por uma das maiores polêmicas do Brasileirão. Depois de mais de cinco minutos conversando com bandeiras, árbitros adicionais e juiz reserva, o mineiro Ricardo Marques Ribeiro anulou o gol marcado por Leandro Damião aos 10 do segundo tempo, quando o jogo estava 1 a 1. Ele contou com o auxílio do assistente Sidmar dos Santos Meurer para apontar impedimento do centroavante colorado. A demora para tomar a decisão gerou muita confusão dentro de campo e esquentou a discussão ao final da partida.
Apesar da polêmica e do grau de dificuldade, o gol foi bem anulado. A explicação técnica para esse lance está na regra 11, que trata do impedimento. O texto da lei diz que um jogador, que se encontre adiantado em relação ao penúltimo defensor adversário, deverá ser punido por posição irregular se receber uma bola passada ou tocada por um companheiro.
Foi justamente o que aconteceu no lance do gol anulado do Inter. A bola tocada por Sánchez raspa no bico da chuteira de Cuesta e vai para Leandro Damião. Esse desvio faz com que o zagueiro colorado se torne origem da jogada, mesmo que o passe não tenha sido consciente, conforme a regra coloca. Para que o gol fosse considerado legal, a bola deveria ter sido tocada diretamente por Sánchez sem o desvio em Cuesta.
O acerto no lance não elimina a trapalhada Ricardo Marques Ribeiro. A decisão era dele. Ao demorar tanto tempo, o juiz passou a impressão de que não sabia o que havia ocorrido na jogada e estava esperando algum tipo de auxílio externo. Foram mais de cinco minutos de conversa entre os integrantes da equipe de arbitragem.
Houve um momento em que ficou claro que o assistente Sidmar dos Santos Meurer disse para o árbitro: "Se a bola veio do jogador atacante, estava impedido. Se veio do defensor, o gol é legal". Se com esse relato ele não sabe de onde a bola veio, seguirá não sabendo depois de mais de cinco minutos.
Ricardo Marques Ribeiro é do quadro da Fifa e tem experiência para tomar uma decisão mais rápida em uma situação como essa. Se tivesse feito isso, mesmo que estivesse errado, mostraria que tomou a decisão pelo que aconteceu no campo. Da forma como foi, pareceu estar realmente esperando que a informação chegasse de fora. É claro que o mais importante é e sempre será o acerto, mas essa conduta não foi legal.