Morto na noite de sexta-feira (24) aos 68 anos, o ex-jogador Claudiomiro Estrais Ferreira foi velado no estádio cuja história ajudou a construir. Ícone do Inter, o ex-centroavante foi o primeiro a marcar um gol no Beira-Rio em abril de 1969, na lendária partida de inauguração do estádio.
Amigos, colegas e familiares se despediram de Claudiomiro na Capela Nossa Senhora das Vitórias, em cerimônia que iniciou às 9h deste sábado (25). A causa da morte não foi informada.
Presente no velório do antigo colega, o ex-jogador Tovar Romariz Machado, 70 anos, lembrou do início da trajetória de Claudiomiro, que entrou para o clube aos 13 anos. Foi na categoria infanto-juvenil que Tovar, jovem de 16 anos recém chegado de Bagé, uniu-se ao companheiro dois anos mais novo do que ele. Estava junto de Claudiomiro na partida de inauguração do Beira-Rio, no dia 6 de abril de 1969, quando o time gaúcho venceu o Benfica, de Portugal, por 2 a 1. Foi neste duelo que Claudiomiro faria sua fama: marcou o primeiro gol do novo estádio, um golpe de cabeça que deixaria seu nome na história do clube.
— Desse gol, até hoje o pessoal fala. O Claudiomiro foi um grande jogador, muito inteligente para jogar de centroavante, que é uma posição difícil. Ele facilitava muito. Quando eu enfiava uma bola e via que ele estava livre, a gente brincava: "Vai com Deus". Ele sabia que era ele e o goleiro — recorda Tovar, ressaltando a facilidade de Claudiomiro para marcar quando alguém lhe destinava uma bola.
O feito de Claudiomiro, até hoje um dos maiores artilheiros do Internacional — marcou 210 gols, o que o coloca na terceira posição dos melhores pontuadores —, foi acompanhado do lado de fora do campo pelo narrador Batista Filho, 77 anos. Participando da transmissão da partida que abria o Beira-Rio para os gaúchos, o comunicador relembra as qualidade do jogador, que por ser baixo e corpulento, ganhou o apelido de "Bigorna".
— Artilheiro nato. Era um jogador de pequena estatura, mas com perfeito domínio da posição da bola. Um cabeceador extraordinário — define Filho.
Além do Inter, onde atuou profissionalmente entre 1967 e 1974, retornando em 1979, Claudiomiro passou por outros grandes clubes, como o Botafogo e o Flamengo. Mas foi no clube gaúcho que fez carreira: foram 424 partidas com a camisa colorada, com a qual conquistou seis campeonatos.
— Ele era completo, o Claudiomiro — resume Tovar.
O corpo do ex-jogador será velado na Capela Nossa Senhora das Vitórias até as 15h.