Natural do Paraná, Zeca vestia as cores do São Lucas - clube da sua cidade, Paranavaí - e enfrentava o Santos em uma competição de categoria de base. O garoto de 11 anos impressionou os olheiros do Peixe e logo foi contratado para as categorias de base da equipe paulista.
Meia de origem, descobriu-se um lateral talentoso por conta de uma lesão de um colega. Como o técnico do Santos já havia feito as três substituições, ele foi para a lateral.
– A criançada quer ser meia, quer ser atacante, quer fazer gol. Ninguém quer marcar, só quer fazer gol (risos). Mas eu me adaptei muito bem ali e vi que era a minha praia – contou em entrevista ao Paredão do Guerrinha.
Depois de ser campeão olímpico e surgir muito bem no Santos, Zeca viveu um imbróglio jurídico com o Peixe. O defensor não se arrepende da saída e ainda guarda um sentimento em relação ao clube que o catapultou para o futebol profissional.
– Eu estava fazendo um belo trabalho. Eu estava me dedicando todos os dias, mas aconteceu. Não tinha como eu ficar na situação em que estava. Era uma situação delicada familiar e com o clube. Estava muito conturbado o clima com o presidente. Acabou que saí deste jeito, brigado. Não foi a minha intenção. Eu fiz de tudo para sair certo e o presidente agiu de má fé comigo. Eu não guardo mágoa de ninguém. O clube é maior que qualquer atleta – recordou.
O tempo passou e ele acabou sendo anunciado como novo reforço do Inter. Entretanto, o empresário do atleta, Bruno Paiva (filho do ex-jogador Mário Sérgio), tinha várias propostas e sondagens pelo atleta. O que fez com que ele assinasse com o Colorado? Odair Hellmann.
– Meu empresário me apresentou muitas coisas. Mas uma das coisas que me trouxe para o Inter foi um cara que eu tenho um respeito muito grande, que me ligou. Foi o "Papito". Vi o DDD 51 e eu não tinha o número dele. Ele falou "aqui é o Papito", trocamos uma ideia, foi engraçado, foi legal. O projeto que ele me passou foi excelente. Não financeiro, mas de carreira, de vida, de lugar, de clube. Depois daquilo eu conversei com o meu empresário e o pai dele, o Mário Sérgio, jogou aqui, tinha uma história aqui. Decidi que queria vir – revelou.
Churrasqueiro em construção, Zeca diz não se importar com o frio do Rio Grande do Sul. O lateral adquiriu uma casa na Zona Sul de Porto Alegre e por lá treina o ponto ideal da carne para os amigos e familiares que o visitam. Porém, outro treino também não sai da sua cabeça: o diário, no CT Parque Gigante, em busca de um sonho.
– Quando eu cheguei aqui, me levaram no museu. Fiquei vendo várias fotos. Sei que aqui tem muito ídolo, muitas pessoas que brigam pelo clube. O que eu quero é ser campeão aqui. Quero a minha foto no museu, para as pessoas entrarem ali e saberem quem eu sou. Eu falo isso para o meu pai. Não é pelo dinheiro. A gente tem que deixar alguma coisa para as pessoas lembrarem da gente e que fique para sempre. A história ninguém pode apagar – concluiu.