Contratado por três anos, Paolo Guerrero, 34 anos, pode se encaixar com facilidade neste Inter solidário de Odair Hellmann? A temporada se iniciou com o time tendo em Leandro Damião a referência do ataque, com William Pottker jogando pelo lado.
Depois, com a baixa da dupla por lesão, Roger (lembram dele?) assumiu a função de 9, e o Inter chegou a jogar um Gre-Nal, a goleada por 3 a 0 na Arena, com Marcinho — atualmente no Fortaleza — e Nico López na frente.
Mais adiante, o Inter estreou no Brasileirão contra o Bahia tendo Rossi como titular e Pottker como a referência. Rossi se lesionou nos primeiros minutos e Nico foi a campo para marcar os dois gols da vitória colorada. Este Inter em mutação perdeu Leandro Damião, ganhou Jonatan Alvez, e teve de volta os gols de William Pottker.
Eduardo Dias, analista do projeto Footure, tem dúvidas sobre um perfeito encaixe de Guerrero no atual plano de jogo de Odair Hellmann.
— Na fase defensiva, que é o que vem afiançando a grande campanha colorada até aqui, a característica de Paolo Guerrero é incompatível com o modelo de jogo de Odair, pois não costuma pressionar a saída de bola adversária e nem cortar linhas de passe, funções que terão de ser incorporadas ao seu repertório ou realizadas por outros, diminuindo a eficiência do ponto forte do Inter no campeonato — opina Dias. — Na fase ofensiva, porém, está o seu ponto forte. Ele faz o pivô fora da área, gerando espaços para os meias pisarem na área. E, dentro da área, tem um instinto assassino. Dentro do nível geral do Brasileirão, Guerrero faz a diferença, se estiver em boa forma. Mas terá de assumir responsabilidades defensivas. A incompatibilidade de Guerrero com o modelo de Odair é treinável, e pode ser adequada, mas ele deve estar na melhor forma — completa Dias.
Nono atacante de um elenco que já conta com Leandro Damião, William Pottker, Lucca, Nico López, Rossi, Wellington Silva, Jonatan Alvez e Brenner, sexto estrangeiro da equipe — somado a D'Alessandro, Nico, Jonatan, Cuesta e Sarrafiore —, Guerrero precisaria entrar no espírito do atual vestiário colorado, além de estar em alta técnica e fisicamente para ingressar direto no time titular.
— O melhor Guerrero seria titular absoluto no Inter de Odair. Prenderia dois zagueiros, que teriam medo de deixá-lo livre. Faria o pivô qualificado para bancar a chegada dos meio-campistas e seria protagonista na grande área, pela sua frieza na hora de concluir a gol. Ele elevaria a qualidade geral do time e ampliaria as chances do Inter no campeonato. Temo, porém, que este Paolo Guerrero, vindo do Flamengo, não exista mais — entende o comentarista do Grupo RBS Maurício Saraiva.
O peruano será o 15° reforço para a temporada 2018: Dudu, Ruan, Emerson Santos, Rodrigo Moledo, Gabriel Dias, Fabiano, Zeca, Patrick, Sarrafiore, Jonatan Alvez, Lucca, Rossi, Wellington Silva e Roger foram os demais reforços para o ano. Para Luiz Zini Pires, o atacante peruano tem tudo para ser uma das grandes aquisições do ano.
— É atleta de seleção, foi campeão do mundo com o Corinthians e não perdeu o rótulo de um dos melhores atacantes da América do Sul. Falar em idade é bobagem ou puro preconceito. Aos 34 anos, Guerrero joga em qualquer um dos times da Série A do Brasileirão ou dos 16 integrantes das oitavas de final da Libertadores. Entra fácil no Inter, o companheiro de ataque pouco importa. O peruano oferece qualidade e experiência, anima a torcida e preocupa o adversário. É uma grande contratação, desde que a combinação econômica entre futebol e finanças seja razoável — analisa o comentarista de GaúchaZH.
O Inter aguarda por José Paolo Guerrero Gonzales. Espera que seja bem mais do que apenas uma grife mundial.