O Inter só espera o sábado chegar para anunciar de forma oficial o peruano Paolo Guerrero. Dirigentes e funcionários no Beira-Rio não escondem a euforia com a contratação. Contam no relógio os minutos para que acabe logo o último dia de contrato do Flamengo, o último obstáculo para oficialização do negócio.
Aponto como acertada a contratação de Guerrero. Porque ela significa mais do que o reforço de um centroavante. Trata-se de um resgate da autoestima, de amostra de grandeza, do envio de um recado ao Brasil e à torcida de que o clube emergiu da Série B com o mesmo tamanho com que caiu. Um dirigente do Inter, ao telefone, ao ser questionado se havia como bancar um investimento como esse, reagiu com uma frase enérgica.
— Se não pudermos fazer uma contratação dessas, com o tamanho que temos, qual vamos fazer? Vamos virar time médio?
A ideia do clube é que a chegada de Guerrero mobilize ainda mais os colorados, já empolgados com a excelente campanha no Brasileirão. O plano é elevar o faturamento com os associados e fazer o peruano virar uma fonte de receita a partir das ações de marketing e da venda de produtos, como sua camiseta.
Dentro do campo, a vinda de Guerrero agrega qualidade ao time. Mesmo aos 34 anos, está no primeiro pelotão dos melhores centroavantes em atividade no Brasil.
O Inter aposta em sua recuperação técnica e, principalmente, emocional, depois do litígio enfrentado com o doping. Acredita que com Guerrero no ataque se torna um forte candidato a conquistar o Brasileirão depois de 39 anos.
É consenso de que Damião, pelas seguidas lesões nas costas, é uma incerteza. Seus números no ano mostram isso. São apenas quatro gols em sete meses. Jonatan Alvez ainda passa pelo período de adaptação ao Brasil.
O argumento dos dirigentes é de que Guerrero, há seis anos no país, já pode ser olhado como um jogador doméstico.