O Inter está contratando o centroavante Paolo Guerrero, que deve desembarcar em Porto Alegre no próximo sábado (11).
O jogador, de 34 anos, assinará contrato por três temporadas. Os colunistas de GaúchaZH opinaram se a direção colorada acertou em trazer o peruano.
Leonardo Oliveira
Sim. O Inter acerta e muito ao trazer Paolo Guerrero. Esse é um negócio que transcende a vinda de um centroavante. Guerrero é mais. Ele é a mensagem do clube ao seu torcedor e ao Brasil de que o clube que voltou da Série B é do mesmo tamanho do que caiu. Além disso, mostra que está pensando alto, que coloca em seu horizonte algo mais do que a vaga na Libertadores. No aspecto técnico, Guerrero será um acréscimo. Hoje, Odair Hellmann conta apenas com Jonatan Alvez, já que Damião é uma incerteza pelos problemas na cervical, os mesmos que o atrapalharam a temporada inteira e o fizeram chegar à magra estatística de quatro gols. Aliado ao acréscimo de qualidade, Guerrero vai mobilizar ainda mais uma torcida que está entusiasmada pela campanha no Brasileirão. E isso pode ser convertido em cifras se houver uma boa estratégia de marketing.
Diogo Olivier
A questão do certo ou errado é bem subjetiva. Depende de lesões, sequência e uma série de fatores que, às vezes, nada tem a ver com o jogador ou até os dirigentes. Em tese, sou contra soluções mágicas e pirotecnias, ainda mais para um clube com problemas financeiros. Mas, se a engenharia desenhada para trazer Guerrero é mesmo a noticiada, e as informações que tenho a corroboram, parece-me uma tentativa válida. Como o mecenas Delcir Sonda ajudará na equação, e haverá alívio na folha salarial quando Damião sair em dezembro, a cartada do Inter sai do terreno da irresponsabilidade e ingressa no campo do risco calculado, expediente tantas vezes usado por Grêmio e Inter na busca por um jogador diferenciado. Se Guerrero jogar a metade do que já jogou um dia, o acréscimo para o time será enorme. Além do mais, os três anos de contrato, diferencial adotado pelo Inter para seduzir Guerrero, não é um fim em si mesmo. Ele não necessariamente o cumprirá até o fim. Pode surgir oferta da Arábia, China ou EUA até lá, por exemplo.
Cléber Grabauska
Mesmo que o torcedor do Inter ainda tenha medo que se repita com Paolo Guerrero o que aconteceu recentemente com Anderson, eu aprovo a contratação do peruano. Com ele, o clube assume de fato que não está no Brasileirão para fazer figuração e coloca todas as suas fichas em busca do título. A direção colorada finalmente abandonou o discurso da reconstrução, da fragilidade provocada pelo rebaixamento, e começa a olhar para frente e a pensar grande. E, nesse aspecto, a chegada de Rodrigo Caetano foi fundamental. Com Guerrero, o Inter traz um goleador, traz um ídolo e traz também um elemento novo para fazer marketing e mobilizar a torcida. Traz também alguém com status para ser, do ponto de vista de ídolo, um sucessor para D'Alessandro. Algo que há muito tempo os dirigentes tentam e não conseguem efetivar.