Tudo era caos e incerteza no mês de março. No dia 21 o Inter vencera o Grêmio por 2 a 0, com boa atuação e merecendo até coisinha melhor naquela partida de volta das quartas-de-final do Gauchão. Eliminados por não termos conseguido devolver o 3 x 0 que levamos na ida, iniciávamos um longo período de treinos mirando o Brasileirão.
Na torcida e na imprensa, uma única meta: não cair. Por aqui, essa segue sendo a única meta de pontos do colorado no ano. Chegar aos 45 pontos é uma obsessão desta coluna e assim seguirá até que conquistemos os três pontinhos que nos restam para garantir a permanência na elite do futebol nacional.
Não ser rebaixado, entretanto, não é a obrigação que o Inter tem para a temporada.
A única, maior e gigantesca obrigação de quem veste vermelho é honrar o manto que veste.
Falando assim parece bobo, pouco... não é. Quando caímos em 2016, não o fizemos por ter um dos quatro piores elencos do futebol nacional. Longe disso. Para além das completas e evidentes faltas de direção e organização (em todas as esferas), quem entrava em campo já o fazia derrotado. Não havia, ali, aquilo que fez do Inter ser o clube gigantesco que há décadas é.
O que vemos hoje, ao olhar com alguma atenção para os 11 de vermelho dentro de campo, é completamente diferente e exatamente o que eu espero ver nos jogadores do meu time. Disposição, raça, vontade de vencer. Toda dividida. Toda bola. A todo momento. O Inter de 2018 não está na vice-liderança do campeonato porque é o segundo melhor elenco do país, talvez fique até longe disso. Está onde está (para além das completas e evidentes reestruturações de direção e organização) por conta do empenho que os jogadores têm colocado em cada lance, em cada jogo.
A vontade em campo gera resposta das arquibancadas. Foram dois jogos seguidos de rodadas do Brasileirão com 45 mil pessoas no Gigante. Há muito - muito MESMO - tempo nada assim acontecia. Reconhecer vontade e coloradismo nos atletas faz com que a gente se anime ainda mais a sair de casa para rumar ao Beira-Rio. Seja contra o lanterna da competição ou contra o multimilionário Palmeiras.
Assim, não espero - e nem cobro - que o Inter conquiste isso ou aquilo. Que se mantenha em Série X ou Y (embora tudo fique muito mais legal na A, né?). O que eu espero ver em campo é aquela que considero a única obrigação do Colorado - em 2018 e sempre:
Jogar como o Inter.
Obrigado Odair, Dourado, Moledo, Patrick & cia por terem me devolvido a alegria de reconhecer o meu time em campo.
O que vier, a partir disso, é lucro.