Agenor, Cláudio Winck, Ernando, Léo Ortiz, Ronaldo Alves, Anselmo e Andrigo. O Sport Club do Recife, nosso adversário do próximo sábado (16h, Beira-Rio), é um espelho a refletir algumas das coisas mais esquisitas que nos aconteceram nesses anos tortos. São sete jogadores com passagem pelo colorado. A maioria bem recente. A maioria bem ruim.
Defendem o rubronegro de Pernambuco a maior eterna promessa da história colorada (Andrigo passou uns oito anos sendo "o jovem de 15 anos que vai tomar conta do meio de campo do Inter", lembra?), o lateral que poderia ser bom em qualquer outra posição menos na lateral, o jovem zagueiro que nunca passou confiança... o clube do nordeste é um curioso amontoado de atletas que passaram sem brilho por aqui.
Se é esquisito pensar que algum clube faria a loucura de ir atrás deste grupo de atletas, mais estranho ainda é perceber que o começo de Brasileirão do Xpó é maravilhoso. Na verdade, é um início exatamente igual ao nosso. Até nisso nos refletimos. Foram 14 pontos em oito rodadas. Superamos os caras apenas no saldo de gols (4 a 0).
Olhar para o elenco do Sport é relembrar de que não há nada ruim o suficiente que não possa ficar pior. Se hoje lamentamos um jogo ruim contra o Flamengo ou os gols perdidos contra o Cruzeiro, basta recordar da época em que acreditávamos que Andrigo seria o nosso camisa 10 para que os problemas de hoje em dia não pareçam tão grandes assim. No sábado podemos até perder, mas pelo menos não estamos depositando toda a nossa esperança de ter um lateral-direito minimamente decente no colo do Cláudio Winck. Alguma coisa melhorou por aqui.
Cinco desses sete jogadores (os que ainda pertencem ao Inter) não poderão participar da partida. Anselmo (o capitão do time), Cláudio Winck (que até machucado está), Andrigo, Anselmo, Ernando e Léo Ortiz, peças importantes do elenco rubronegro (entre titulares e reservas) ficarão de fora por conta de questões contratuais. O pessoal de lá está lamentando algumas dessas ausências.
De um lado um Inter em busca de reestruturação na vida e mirando a quarta vitória seguida na competição (coisa que não acontece desde 1937), do outro, um espelho. Um clube cuja base é formada por aqueles que há pouco nos defenderam.
No duelo de um Inter-pouco-menos-sofrível contra um Sport-lamentando-ausências-de-refugos-colorados, a vitória representa mais do que três pontos na tabela. É como se estivéssemos superando de vez este passado recente tão sofredor.
Detona esse espelho, Inter. Nossos sete anos de azar a gente já cumpriu por antecedência.