Odair Hellmann precisará mexer em uma das posições mais consolidadas do seu Inter pós-Gre-Nal. A ausência de Edenilson, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, obrigará o técnico a alterar o tripé de meio-campo que tem como missão proteger a defesa e auxiliar o ataque. A formação que, além de Edenilson, tem Rodrigo Dourado e Patrick como titulares habituais, é um dos pilares da equipe nesses sete jogos de invencibilidade.
Sem os lesionados D'Alessandro e Juan Alano, sobram três opções mais lógicas para enfrentar o Vasco, nesta quarta-feira, no Beira-Rio: Charles, Gabriel Dias e Camilo. Os dois primeiros são volantes de mais posicionamento e menos poder ofensivo até mesmo do que Edenilson, que não é propriamente um atacante. Já Camilo é um meia cuja principal virtude é o passe, mas não tem tanto poder de marcação, o que pode alterar o mecanismo.
O único treino para definir o time será nesta, no Estádio Beira-Rio.
— Temos mais um dia para o odair definir a situação. Quem ele escolher terá totais condições. O grupo é muito forte. O Daniel é o exemplo, entrou numa fogueira (substituiu Danilo Fernandes no intervalo). Quem entra, dá conta do recado — minimizou o volante Rodrigo Dourado, capitão da equipe.
Camilo
Contratado no ano passado para ser um reserva imediato de D'Alessandro, Camilo perdeu espaço no time por atuações abaixo da média no Gauchão de 2018. O ex-jogador do Botafogo viu Juan Alano crescer e acabou como quarta ou até quinta opção. Voltou a aparecer na terça-feira passada, quando entrou na metade do segundo tempo do jogo com o São Paulo.
— Por ser uma partida em casa, contra um adversário que vive altos e baixos, não vejo problema em colocar o Camilo e deixar o time com uma característica mais ofensiva. Ele é um meia de passe e criação, perde força defensiva, mas a circunstância permite. Se fosse visitante, talvez optasse por um jogador mais posicionado — opina Ben Hur Pereira, técnico que enfrentou Camilo no Gauchão, quando comandava o Cruzeiro.
Gabriel Dias
O volante que chegou no início do ano depois de fazer uma boa Série B pelo Paraná esteve sempre na mira de Odair Hellmann. Disputou 19 partidas (1177 minutos) com a camisa do Inter entre Brasileirão, Gauchão e Copa do Brasil. Ocupa espaços, marca bastante, mas não tem como característica se juntar aos atacantes, ser opção na frente.
— Taticamente, sem ver o dia a dia, me parece ser o jogador mais parecido. Até porque me lembro de ver, no Paraná, ele fazer uma função semelhante. Não é propriamente igual, mas tem algumas características assim. Acho que mexeria menos na estrutura do time — analisa o técnico Beto Campos, que trabalhou no Novo Hamburgo no Gauchão e enfrentou Gabriel Dias.
Charles
Mais jovem entre os três, Charles também foi o que menos atuou. Há uma semana, contra o São Paulo, entrou em campo pela quinta vez em 2018. Lançado no ano passado, o volante de 21 anos teve um começo de ano promissor, com atuações destacadas, marcando forte e aparecendo no ataque, inclusive fazendo gols. Mas, talvez até pela idade, oscilou ao longo da temporada. Para substituir Edenilson, porém, pesa contra si ter uma característica mais defensiva, de cabeça de área.
— Vejo o Charles como um Rodrigo Dourado, um cara de posicionamento, passes curtos, um jogo mais picado. Para essa vaga, talvez precise ser um jogador mais móvel. A alternativa seria deixar o Charles na primeira função e adiantar o Dourado para a segunda linha do meio, mas também muda o estilo — comenta o técnico Paulo Henrique Marques, que foi adversário de Charles no Gauchão, quando treinava o São Luiz, de Ijuí.