Lembrei da uma história de um cara, que depois virou um grande empresário do ramo imobiliário. Em um domingo pela manhã, pegou sua sacolinha com um par de meia, um calção e uma chuteirinha e, como sempre fazia, foi bater uma bola com os parceiros do futebol. Fazia frio naquela manhã e aquele vestiário parecia uma geladeira. Rolou a partida do seu time do bairro, tinha dado uma discussão com o juiz e aquilo se alastrou até quase uma da tarde, com bate boca das duas equipes contra o juiz. E ele, louco de fome.
Todo mundo nos times era conhecido, uns trabalhavam com os outros, eram na maioria vizinhos, conviviam diariamente, mas quando o assunto era. jogo os caras se transformavam, eram capazes de coisas incríveis, trapaceavam, roubavam dos seus próprios torcedores, até a rifa que era feita para pagar as pequenas despesas do time veio alguém e desviou.
Esse cara, mesmo com poucas economias, entrou certa vez nesse mesmo vestiário e alguém tinha esquecido um par de chuteiras, relativamente nova e bem do seu número, o 39. Ele sentou, amarrou aquela chuteira como se fosse o Falcão no Brasileiro de 75 e pensou: "eu sou um sortudo". O olho brilhou, achava a chuteira que eu procurava e desejava. Sabe qual foi o final dessa história, eu já te conto, confesso que eu queria que fosse o mesmo da investigação das contas do Inter.
A frase da avó
Ele chegou em casa, mostrou para a avó dele a chuteira nova, e ela disse para ele: "Essa chuteira é tua?" Não, respondeu ele, achei no vestiário. E sabe o que fez? Falou para que ele retornasse naquele mesmo vestiário e devolvesse a chuteira. O que fica de tudo isso, é que talvez alguns não tenham tido a sorte que ele teve, de ter uma avó para lhes dizer a frase que mudaria a suas vidas "Se não é tua meu filho, devolve."