O Inter espera anunciar Rodrigo Caetano como o seu novo diretor executivo de futebol. Mas não é da cultura do clube ter um diretor executivo de futebol com plenos poderes.
Até hoje, o Colorado contou com três profissionais com tal denominação. Nenhum deles era de fora do clube. Nenhum deles pôde de fato gerir o futebol colorado.
Se Caetano disser "sim" ao Inter — ele ainda analisa uma oferta do Fluminense, para permanecer no futebol carioca —, por um contrato de dois anos, será o primeiro "estrangeiro" a assumir tal cargo no Beira-Rio.
Newton Drummond, o Chumbinho, foi o primeiro executivo do Inter. Já era do clube há anos. Fernandão foi o segundo. Ídolo colorado, ele voltou ao Beira-Rio a convite do então presidente Giovanni Luigi para ocupar a função de executivo, em 2011. Acabou virando treinador após a demissão de Dorival Júnior, e ele mesmo depois foi demitido do cargo de técnico, em 2012.
O terceiro executivo do futebol colorado foi Jorge Macedo. Em sua primeira passagem, em 2014, substituiu Chumbinho (que havia sido recolocado no cargo), e trabalhou com Abel Braga.
Permaneceu por toda a campanha de 2015 e chegou a dar o pontapé inicial na montagem do time de 2016. Saiu para o Fluminense em março daquele ano. Voltou ao Beira-Rio no ano passado, tendo sido demitido pelo clube no último 17 de maio.
Um outro exemplo: em 2011, Luigi contratou como CEO (Executivo-Chefe) do Inter o ex-secretário estadual da Fazenda do governo Yeda Crusius, Aod Cunha. A ideia era que Aod tivesse carta branca para corrigir os rumos de um clube de futebol.
A experiência de Aod no futebol durou apenas cinco meses. Em maio, Giovanni Luigi dispensou o CEO e acabou com o cargo no clube. Se percebeu que o mundo do futebol tinha uma lógica bem diferente daquela que rege o mundo real.
Agora, Caetano é uma unanimidade na situação e na oposição do Inter. Um nome de consenso mesmo em ano de beligerante clima político. Deverá assinar com o Inter por dois anos, superando de longe os seis meses que restam de mandato a Marcelo Medeiros — que vai oficializar a candidatura à reeleição.
O Inter investe em Rodrigo Caetano. Aguarda a resposta do ex-executivo de Grêmio, Flamengo e Vasco, a fim de lhe dar plenos poderes para gerir o futebol do Inter. Roberto Melo seguirá vice de futebol.
A questão central é: o Inter está preparado para ter um executivo de futebol com plenos poderes para contratar, dispensar e lidar com um vestiário cheio de personalidade e formado desde o ano passado?