Eu era repórter de TV. Acostumada a ver o Gre-Nal pelos olhos de talentosos cinegrafistas. Eles me entregavam, a cada final de partida, lances coloridos, curiosos, precisos, polêmicos, ricos em detalhes. Com base nas imagens, contava a história do clássico com o que vi e vivi bem pertinho dos jogadores, no campo. Mas aquele dia 15/5/2011 foi surpreendente.
Quando a gente trabalha na reportagem, se distancia da emoção e da paixão de um torcedor. Ainda mais num jogo de tamanha rivalidade (já tomei até pedrada em um deles). Era a decisão do Campeonato Gaúcho. No primeiro confronto, o Grêmio havia feito 3 a 2 no Beira Rio. O reencontro no saudoso Estádio Olímpico seria para confirmar um título... pra equipe de Renato. Mas não foi o que se viu.
O Tricolor até saiu na frente, com Lúcio. Mas o time do Falcão, na casa do rival, empatou com Leandro Damião. Virou com Andrezinho. E fez 3 a 1 com D'Alessandro. Era o que os colorados precisavam para levantar a taça. Borges decidiu aumentar o drama da decisão quando descontou pro time da casa:
2 a 3 e .. pênaltis. Eu não acreditava no que estava acontecendo. Lembro da imagem dos times perfilados. Renato de um lado, Falcão, de outro. E meu coração quase saltando pela boca. Confesso que, neste dia, fiquei nervosa. Apertei os dedos em cada cobrança. Prendi a respiração e vi o goleiro Renan brilhar. Ele defendeu três cobranças do Grêmio e garantiu o que parecia impossível naquele ano. Inter campeão gaúcho. Que Gre-Nal emocionante, eletrizante! Que Gre-Nal inesquecível.