O Inter não dorme. Mas tira uns cochilos que são interessantes. O começo do jogo da classificação à terceira fase da Copa do Brasil, ontem à noite, em Belém, foi semelhante ao do confronto diante do Juventude: o time leu o jogo, parou a bola, trocou passes. E tomou um gol bobo após nova desatenção da defesa. Desta vez, do lado direito. A bola perdida no meio-campo se transformou em jogada ofensiva clara no lado de Dudu. O atacante do Remo teve tempo para parar, pensar e chutar. Mora aí o problema do atual time do Inter: o lado direito, mais especificamente a lateral. O Inter tem três... e não tem nenhum. Entre Dudu, Winck e Ruan, parece-me que Ruan é o que mais merece chances.
O lado bom disso tudo é que, assim como contra o Juventude, o time não se abateu e virou o jogo em Belém. Seguiu trocando passes - sério, o Inter voltou a ser uma equipe que tenta manter a posse de bola por meio de passes muito mais precisos do que no ano passado, uma evolução e tanto - e fez o que todo time superior deve fazer com um adversário inferior: foi para cima e, de forma esperta, empatou em rápida cobrança de falta, pela esquerda, que culminou no fim da seca de Damião. Depois, virou e só não aumentou o placar ainda no primeiro tempo por capricho.
O toque final
Uma das coisas que falta a esse Inter - e tende a ser lapidado por Odair Hellmann - é o toque final, tanto na assistência quanto na conclusão, a exemplo do que fez Damião no fim da primeira etapa, quando poderia ter praticamente liquidado o jogo e inventou uma bicicleta descabida. Um pouco mais de foco e atenção e podemos seguir em crescimento.