Desde o retorno de Leandro Damião ao Inter, os últimos seis jogos — dois em 2017 e os quatro de 2018 — são o maior período do centroavante sem balançar as redes. Já são 476 minutos sem marcar (o último gol foi no dia 6 de novembro, no empate em 2 a 2 com o Luverdense). A três gols de atingir 100 pelo clube, o atacante vive a ansiedade de quebrar essa marca.
A vontade de voltar a marcar é nítida no jogador. Na partida contra o São José, na quinta-feira passada, o camisa 9 teve uma chance clara, aproveitando um cruzamento de Iago, mas seu chute foi defendido milagrosamente pelo goleiro Fábio.
— Foi um lance muito rápido, só dá tempo de acompanhar a trajetória da bola e fechar o ângulo, cobrir a maior área possível e deixar explodir no corpo — explicou o capitão do São José, que indiretamente contribuiu para essa fase do centroavante.
Depois do lance e pouco antes de ser substituído, Damião teve reações parecidas: olhou para cima, como se pedisse uma intervenção divina. Apesar da clara frustração, Fábio não notou uma preocupação excessiva no jogador colorado.
— É muito difícil perceber uma ansiedade ali na hora. Isso fica mais claro se faz alguma jogada precipitada, não foi o caso. Mas centroavante sempre quer fazer gol, sempre se incomoda quando a bola não entra. Ainda mais um jogador de alto nível — comentou o goleiro.
Apesar da fase sem gols, Leandro Damião ainda goza de boa reputação. Sua dedicação para o jogo e até a contribuição prática ofensiva, como a assistência para o gol de Pottker contra o Caxias, lhe garantem oportunidades e confiança. Nem a sombra de Roger atrapalha.
— Damião é o titular, tem história no Inter. Estou tranquilo, em modo zen. Tenho muito respeito por ele, é meu amigo — analisou o reserva.
Ainda que seja o 14º maior goleador de todos os tempos no Inter, ficar tanto tempo sem marcar gols não é propriamente novidade para Damião. O centroavante passou por momentos de crise até no próprio Beira-Rio: em 2013, passou 12 jogos sem balançar as redes. No Cruzeiro, em 2015, foram nove. E entre o final daquela temporada e 2016, pelo Flamengo, ficou um ano fazendo gols apenas de pênalti. Apesar disso, a dica de craques antigos é manter a tranquilidade.
— Damião é um bom centroavante, um menino muito dedicado para o jogo. Precisa se aprimorar, treinar mais fundamentos de atacante, como chutes e cabeceios, como a gente fazia antes. Mas ele sabe bater na bola, sabe se posicionar — incentivou o ex-centroavante Flávio Minuano, goleador do Brasileirão de 1975.