Airton Graciliano dos Santos, o Caíco, passará as festas de final de ano com a família na praia de Atlântida. Mas o ex-jogador, campeão da Copa do Brasil com o Inter em 1992, estará a postos caso seja chamado para alguma reunião de última hora. Afinal, ele tem um grande desafio em 2018. Como auxiliar de Odair Hellmann, tentará dar alegrias ao torcedor colorado.
Antes de pegar a freeway rumo ao litoral, Caíco, 43 anos, 17 deles como atleta profissional, falou com GaúchaZH sobre a temporada que está por começar e sobre a missão que recebeu da nova comissão técnica do Inter e da direção. Após quatro anos trabalhando na base, terá a oportunidade de atuar nos profissionais. Com a experiência adquirida dos gramados, nos seis semestres que cursou Educação Física no IPA e nos cursos que fez na CBF e no Sindicato dos Treinadores, acredita estar preparado. Confira trechos da conversa do ex-jogador de Inter, Flamengo, Santos e Atlético-MG com ZH.
Como recebeu essa oportunidade de ser auxiliar do time profissional?
É muito importante para mim, venho trabalhando há bastante tempo para isso. Desde que comecei na base, meu objetivo era buscar conhecimento para chegar a esse momento, de trabalhar nos profissionais. E chego, acredito eu, qualificado para a função.
Como você se preparou?
Na verdade, busquei conhecimento na parte de treinabilidade. Trabalhei na parte de análise de desempenho do clube, na captação (de jogadores). Quer dizer, conheci um outro lado do clube que eu conhecia superficialmente.
Tens uma relação antiga com o clube. Isso pode ajudar?
Primeiro, fui torcedor, depois, treinei nas escolinhas e fui jogador. É uma gratidão enorme porque me identifico muito com o clube, conheço a cultura, apesar de ter mudado nos último anos, para melhor. Vi muito títulos do Inter, conheço as pessoas. E pode ter certeza que vou dar o meu melhor para que as coisas aconteçam.
Você foi campeão da Copa do Brasil em 1992. Conhece o caminho para vencer.
Graças a Deus, tive uma história legal no clube, acredito que vitoriosa. Não digo que a receita daqueles anos que passei sirva agora, mas isso dá a experiência para a gente saber como chegar ao topo, nas vitórias. Pretendo colaborar na minha função, que será de ajudar nos treinamentos, a analisar jogadores. Nesse sentido, estou preparado para ajudar.
O fato de ter sido jogador deve ajudar na função de auxiliar técnico?
Por filosofia de vida, sou um agregador. Com certeza, vou ajudar nisso. O objetivo é vencer, fazer o Inter chegar. Os jogadores se ajudando, todo mundo tem a ganhar. Costumo dizer que precisa ter transparência. Às vezes, a verdade dói um pouquinho, mas ela tem que ser dita, a cobrança faz parte. Nesse sentido, tenho experiência. Jogo desde os 12 anos, fui profissional por 17 anos, a gente identifica rápido o que está acontecendo.
Você trabalhou com treinadores como Vanderlei Luxemburgo, Antônio Lopes, Abel Braga e Nelsinho Baptista. Tem alguma característica deles no teu trabalho?
Trabalhei com vários treinadores de alto nível, não vou citar nomes, mas a maioria que me marcou foi bem transparente comigo e eu consegui desenvolver um bom futebol. Isso é o ponto fundamental.
O teu projeto é ser treinador no futuro?
Sempre falo, não adianta fazer planos a longo prazo, as coisas têm que ser passo a passo. É um objetivo que está bem distante, tenho que ganhar muita experiência para ser treinador.
A trajetória do Odair te serve de exemplo?
Com certeza, tenho que trilhar esse caminho do Odair. O histórico dele é o que estou fazendo. Comecei na base há quatro anos e cheguei ao profissional. Agora é pegar conhecimento e, quem sabe, mais para frente, daqui a alguns anos, virar treinador. Mas o objetivo agora é ajudar como auxiliar, agregar para as coisas acontecerem.
O que é possível prometer ao torcedor?
O que sempre podemos prometer é trabalho para as coisas acontecerem, bastante empenho e dedicação. É colocar o trabalho em prática para encaixar o time e solidificar o Inter na Série A.