Em 2016, Camilo foi engrenagem que chegou ao Botafogo, se encaixou e fez o meio-campo funcionar. Com ele municiando o ataque, o time carioca arrancou da zona de rebaixamento e se classificou à Copa Libertadores. Problemas de toda ordem resultaram num 2017 diferente, e o então camisa 10 se transferiu para o Inter. Em setembro, ele já havia falado que o carinho com o Botafogo continuava e, agora, voltou a lembrar a saída.
— Não foi uma decisão tão fácil. Tem a família, a esposa... mas tive um desgaste no clube. Foi uma coisa que nunca tinha acontecido. Só tenho a dizer que abracei o clube de corpo e alma. Os jogadores de 2016 pediram para eu ser um dos líderes e eu fui até o final para o time ter sucesso — comentou o meia de 31 anos, durante evento beneficente na tarde deste domingo, na Zona Oeste do Rio. E completou:
— Fica a minha gratidão ao clube. Agora são novos ares, e a gente fica triste pelos companheiros que não conseguiram a classificação esse ano. E todos os funcionários, que têm meu respeito — disse.
Em julho, após virar reserva e ter uma discussão com o técnico Jair Ventura, o ambiente de Camilo não estava bom no Botafogo. Em determinado momento, ele chegou a abandonar um treinamento.
— Mágoa, não. São situações do futebol. Acho que pude contribuir. Não vinha passando por boa fase, mas tinha algumas coisas como pré-temporada curta, lesões e o desgaste que eu tive com o treinador e com um dirigente — explica, dando a entender que o entrevero com Jair foi mais grave.
Mesmo assim, o atleta que ajudou no acesso Colorado de volta à Série A do Campeonato Brasileiro não se arrepende. E parece entender a condição de reserva a qual foi designado no Alvinegro naquele momento.
— Acho que o time estava bem, e ele me deu carta branca. Eu tive a oportunidade do Inter, que é um grande time. Vieram duas vezes, veio forte na segunda e eu pude abraçar essa causa. Sou grato ao Inter. Uma camisa muito forte no futebol brasileiro — explica.