Por Amanda Munhoz, Leandro Behs e Rafael Diverio
O Inter está perto de definir o seu técnico para 2018. Abel Braga é o sonho dourado da direção colorada, que já tem tratativas avançadas com o agente e o filho do treinador, Fábio Braga. Uma primeira reunião entre as duas partes ocorreu na terça-feira à noite em Porto Alegre.
Há interesse mútuo de Inter e Abel em retomar o trabalho interrompido em dezembro de 2014, quando o então vice de futebol, Marcelo Medeiros, perdeu a eleição para Vitorio Piffero. O técnico não renovou com o Inter, mesmo com a classificação do time para a Libertadores de 2015, porque se recusou a trabalhar com Piffero – e assinou com o Al-Jazira, dos Emirados Árabes Unidos.
Mas dois pontos são tidos como entraves para o retorno do treinador multicampeão ao Beira-Rio: a montagem da comissão técnica e o desejo do Fluminense de manter o treinador até o fim do contrato, em dezembro de 2018.
O clube carioca não pretende ser tão amigável na liberação do técnico, apesar da ótima relação de Abel com o presidente Pedro Abad. Para seduzir o treinador a permanecer no Rio, o Fluminense promete reforços para 2018. O aumento salarial não está na lista de prioridades de Abel, que teria recusado oferta de R$ 1 milhão mensais do Palmeiras. No Flu, seus rendimentos não chegam a R$ 300 mil.
Outro ponto que ainda freia o anúncio de Abel é a formação da comissão técnica. Não está nos planos do Inter bancar todos os profissionais que costumam acompanhar o treinador. A direção não veria problemas em contratar o auxiliar e ex-meia colorado Leomir Souza, o preparador físico Marcelo Chirol e o observador Fábio Moreno (filho do auxiliar de Abel no Inter de 2006, Roberto Moreno), mas não abre mão de manter sua comissão permanente.
Principalmente os casos de Daniel Pavan, há duas décadas no Beira-Rio e responsável pela formação e promoção de Alisson Becker, hoje titular da Roma-ITA e da Seleção Brasileira, e Odair Hellmann, atual técnico, campeão olímpico com a seleção, e com bastante prestígio entre os jogadores e a direção. Neste caso, Marquinhos – que trabalha com Abel como preparador de goleiros –, se vier, poderá ser alçado a um cargo de coordenador.
Outro membro da comissão técnica está definido. O preparador físico Cristiano Nunes, braço direito de Abel desde 2003, estava no Vissel Kobe (JAP) e é reforço certo para a comissão permanente do Inter. O clube sentia a falta de um preparador físico próprio porque, com a chegada de Antônio Carlos Zago, no início da temporada, a direção demitiu João Goulart. Elio Carravetta assumiu a função de coordenador de performance do futebol.