A temporada de 2016 segue na forma das contas passadas a limpo da gestão passada. Nesta segunda-feira, a comissão criada pelo Conselho Deliberativo (CD) para analisar o diagnóstico encomendado à Ernst & Young das operações do clube entregou seu relatório em que aponta 12 inconsistências e apontou as vice-presidências envolvidas. Imediatamente, o presidente do CD, Sérgio Juchem, convocou sessão extraordinária para a próxima segunda-feira para apreciação do documento. Como já havia uma sessão ordinária marcada para as 20h, a que analisará o relatório começará às 22h e efervescerá a madrugada no Beira-Rio.
Em 10 dias, a comissão com sete integrantes e presidida pelo conselheiro José Amarante analisou 45 páginas do documento elaborado pela Ernst & Young, além de anexos com notas e recibos. Eis algumas das inconsistências apontadas por ela (veja o documento na íntegra aqui):
– Sequência de notas de obra de uma mesma empresa;
– Apontamentos feitos pela Ernst & Young nos quais são verificados que 98% dos contratos firmados foram feitos sem obedecer a processos estabelecidos, como ausência de quem executou o serviço e orçamentos prévios, entre outros;
– Serviços de terceiros contratados sem contratos e ausência de identificação de onde os terceirizados prestaram esse serviço;
– Serviços de uma empresa de publicidade contratada sem contrato;
– Locações de espaços do clube sem cumprir os procedimentos padrões do clube;
Os demais apontamentos se referem a erros de processos internos e não necessariamente significam perdas financeiras ao clube. As irregularidades citadas acima, indica o relatório, ocorreram todas até o mês de abril. Não estão, no entanto, vinculadas à gastança feita pelo Inter a partir de agosto, quando abriu os cofres para tentar escapar do rebaixamento.
Como foi criada pelo regulamento antigo e sem maiores poderes, a comissão presidida por Amarante sugerirá ao Conselho que uma nova comissão seja criada e, com auxílio de uma auditoria, verifique todas as notas e gastos feitos em 2016. Sua constituição dependerá de aprovação dos conselheiros na segunda-feira. A previsão é de que, em 30 dias, produza um parecer completo e ouça os vice-presidentes envolvidos. O ex-presidente Vitorio Piffero não é mencionado diretamente, mas pode ser incluído por negligência no comando do clube. Conforme previsto no Profut, os envolvidos podem ser afastados por até 10 anos. Pelo Conselho de Ética do clube, há possibilidade de exclusão. O primeiro objetivo da comissão, no entanto, é reaver ao Inter qualquer quantia que eventualmente tenha sido usada de forma indevida.