Esse foi um ano mais do que diferente para Andrés Nicolás D'Alessandro. Foi um ano de voltar para a casa, foi um ano de River. Deveria ser um caminho natural para ele, afinal os argentinos têm como tradição e, quase como compromisso pessoal, terminar onde tudo começou. Há porções de gratidão, respeito e carinho nisso. Voltar para casa é muito "deles".
Mas a volta de D'Alessandro não foi simples ou fácil. Ela demorou para acontecer (na visão da maioria da crônica argentina ou da torcida Millonaria), foi tensa e carregada de dúvidas. Demorou porque os torcedores do River o queriam de volta lá na década passada, quando acabou parando no San Lorenzo. Nos tempos de Inter, muitas vezes seu nome e um possível regresso apareceram no noticiário portenho. Quanto mais o tempo passava aqui no Brasil, mais a espera tornava-se tensa, angustiante.
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Tensa porque alguns setores não receberam bem esses "adiamentos". Foram inflamados por questões políticas e, isso, na realidade acabou sendo o principal motivo de Andrés ter demorado tanto para voltar. O sucesso e a adaptação ao futebol brasileiro também contribuíram para a demora, além da remuneração paga aqui – bem diferente do recebido por lá.
As dúvidas ficaram por conta do aspecto físico, já que a técnica seguia intacta. Afinal, que D'Ale voltaria para o River chegando ao final da sua carreira? Um ano se passou, e as coisas se acalmaram... O lado político não atrapalhou o campo, os setores da torcida que discutiam seu retorno o aplaudiram, e o tão sonhado título internacional chegou. Ser campeão da Recopa Sul-Americana fazia com que tudo o que foi questionado ficasse para trás.
Com a missão cumprida na Argentina, é hora de voltar para casa!? Pode ser... O contrato segue vigente (mais um ano com o Inter). A pergunta, agora, é outra: D'Alessandro tem a condição de encarar a pesada maratona de uma Série B do Brasil? Nesse ano que passou, o River montou um esquema especial para desfrutar do futebol de D'Alessandro o maior tempo possível. Mesmo assim, ele acabou sofrendo com questões físicas, teve de ser preservado e não jogou tudo que gostaria.
Foram três paradas por lesão (fevereiro, maio e outubro), tendo jogado 29 partidas na temporada, entre titular ou não. Isso é pouco se formos olhar o calendário colorado para 2017. Pelo jeito, a bola está com ele mais uma vez. Amado e idolatrado em Porto Alegre, D'Ale pode dizer mais uma vez que está voltando para a sua casa.
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