O Inter está a um jogo da final da Copa do Brasil. Mas a distância para a decisão do torneio se torna quilométrica quando a equipe que enfrentará o Atlético-MG, nesta quarta-feira, às 21h45min, na Arena Independência, não terá força máxima – que está sendo resguardada para a partida deste domingo, contra o Palmeiras, no Allianz Parque, pelo Brasileirão. Mesmo sem contar com seis titulares, o venezuelano Seijas sobrou do time. Será reserva em Minas Gerais, no jogo em que o Inter precisa vencer por diferença de dois gols (ou por diferença de um gol, desde que a partir do 3 a 2) para seguir sonhando com o título.
Se fora de campo Luis Manuel Seijas é ídolo da torcida, sobretudo por suas declarações extremamente sinceras depois de cada revés do time – após a derrota na Vila Belmiro, por exemplo, disse que a situação do clube no Brasileirão estava uma "merda" –, e pela entrega em campo, não tem o mesmo cartaz junto a Celso Roth. Não que haja algum ranço do técnico com o jogador, como parecia existir anos atrás, com Chiquinho, no Inter, e com o também jovem Ronaldinho, no final da década de 1990, no Grêmio.
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Segundo pessoas próximas ao vestiário do Inter, o ex-meia do Santa Fe não consegue cumprir as exigências do treinador, como auxiliar na marcação e ser o armador que o time necessita.
– Não há problemas de relacionamento entre Roth e Seijas. Pelo contrário. Mas há o entendimento de que Seijas não consegue jogar sem a bola e tem pouca estrutura física para suportar fazer a recomposição do meio-campo, quando a equipe precisa marcar – comenta uma fonte.
Até mesmo a "cultura tática" de Seijas entra em questão internamente. O fato de o jogador ter atuado grande parte de sua carreira em países com pouca cultura de marcação, como Venezuela e Colômbia, parece ser levado em conta. A última aparição do venezuelano como titular data de 16 de outubro. Seijas começou a partida contra o Flamengo, no Beira-Rio, e foi substituído por Valdívia, aos 17 minutos do segundo tempo. O Inter perdia por 1 a 0. Três minutos, depois, Sasha empatou. Aos 35 minutos, Vitinho fez o gol da virada. Desde então, Seijas assistiu às recentes partidas contra Santos, Grêmio, Atlético-MG e Santa Cruz do banco de reservas.
– Seijas tem extrema dificuldade para marcar. E perde pontos por isso – analisa outra pessoa, com acesso aos bastidores do clube.
Seijas perdeu espaço também para Alex na equipe. O veterano meia assumiu a liderança do vestiário, ao lado de Ceará, dois jogadores históricos do clube, passando à frente do venezuelano também como opção na equipe. Roth começará a partida em Belo Horizonte com Rodrigo Dourado, Eduardo Henrique, William, Anderson e Valdívia no meio-campo. No Independência, Alex, Seijas e Gustavo Ferrareis serão os suplentes para o setor.
Ainda que tenha optado por uma formação mista, a fim de preservar boa parte do time para o Brasileirão e a luta para se distanciar do Z-4, o Inter terá de contrariar os seus resultados recentes para se classificar. O time não vence fora de casa desde 29 de maio, quando surpreendeu o Santos, na Vila Belmiro, ainda no começo do Brasileirão. De lá para cá, se passarem 158 dias, 16 jogos, sem o Inter conseguir ganhar longe do Beira-Rio. Entre Brasileirão e Copa do Brasil, foram 12 derrotas e quatro empates. Muito pouco para passar pelo time de Marcelo Oliveira.
– Ele (Celso Roth) colocou times alternativos e isso acabou dando certo contra Fortaleza e Santos. No próprio jogo contra o Atlético-MG, que eu fiquei no banco, o time jogou bem. Criou alternativas de gols, mas, infelizmente, não fizemos. Eles foram mais eficientes – comentou o zagueiro Ernando, elogiando a estratégia do treinador, que divide as atenções com o drama do time no Brasileirão.
Em seguida, Ernando foi definitivo quando questionado sobre a preferência para o final da temporada do clube: ir à final da Copa do Brasil ou concentrar todo o esforço para a permanência na Série A:
– Não cair. Sinceramente, colocando aqui a realidade do clube. Com certeza, a preferência é escapar o quanto antes.
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