Indignados com o que consideram uma ação desproporcional da Brigada Militar, cinco conselheiros do Inter vão procurar o Ministério Público (MP) para denunciar os policiais militares e os seguranças terceirizados que entraram em confronto com torcedores do clube no estacionamento do complexo Beira-Rio neste domingo. A confusão começou durante um protesto após a quinta derrota seguida do time pelo Campeonato Brasileiro, por 1 a 0 para o Palmeiras.
Munidos de vídeos, fotografias e áudios, os conselheiros garantem que houve abuso de autoridade por parte da Brigada, e incitação à violência pelos seguranças particulares. Um homem foi atingido na cabeça e precisou de atendimento médico.
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Confira abaixo o relato do conselheiro Alessandro Ribeiro, 36 anos:
"Cerca de 10 minutos após terminar o jogo, começou uma aglomeração de torcedores indignados com o resultado e com a falta de planejamento da direção do Inter. Foi no acesso ao estacionamento da Andrade Gutierrez, no andar superior, por onde passam o pessoal da gestão e os jogadores. Até então, eram apenas palavras de ordem e manifestações contra a direção do clube, o que é um direito do torcedor. Eram muitos associados e pessoas que frequentam o Beira-Rio normalmente. Ou seja, uma reação da torcida aos resultados em campo. Os policiais observavam e os seguranças do clube faziam um cordão de isolamento. Até que, com uns 20 minutos de protesto, seguranças terceirzados apareceram e começaram a ameaçar e bater cassetetes. Chamaram torcedores para a briga, e aí tiveram início alguns confrontos. Então, subiu a Choque (tropa da Brigada Militar), já com spray de pimenta, agredindo torcedores de uma forma desvairada. Tinha gente com filho e esposa, apenas gritando palavras de ordem, sem nenhuma agressão. Nós estávamos em cinco conselheiros do Povo do Clube (movimento político) observando. Foi uma ação desproporcional da Brigada, que acabou agredindo vários torcedores. Nenhum jogador foi agredido. O que vimos foi, sim, uma reação de indignação do torcedor. A torcida tem o direito de manifestação, desde que não exagere ou agrida, o que não foi o caso. E a Promotoria do Torcedor, como vai se manifestar? Quando ocorrem casos de agressões contra torcedores, nada é feito. Vamos levar ao Ministério Público imagens, depoimentos e áudios de tudo que ocorreu, para que alguma coisa seja feita."
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