Alisson não buscou nenhuma bola na própria rede em abril. Nas quatro partidas, o Inter saiu de campo sem levar gols. Em três desses jogos, todos decisivos, a dupla de zaga era formada por Paulão e Ernando. Além disso, os dois também apareceram na frente, com gols, assistências e a classificação à final do Gauchão. Apenas contra o Glória, na última rodada da primeira fase, Argel poupou seus defensores titulares, optou por Alan e Réver e, mesmo assim, saiu com a defesa zerada.
Em meio à semana decisiva, que antecede a primeira partida da final do Gauchão, às 16h do próximo domingo, no Alfredo Jaconi, diante do Juventude, o desempenho recente de Paulão e Ernando atende ao pedido feito hoje pelo lateral-esquerdo Artur:
– Queremos uma defesa sólida. Não tomar gol será um bom resultado. Se a gente fizer um gol, será ainda melhor.
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Não tomar gol tem sido realidade no Inter desde 31 de março. Naquele jogo, em que o Inter venceu por 4 a 1 o Brasil-Pel, na 12ª rodada, Marcos Paraná fez o golaço que abriu o placar para os xavantes – acertou um chute de pé esquerdo próximo ao ângulo de Alisson.
– Fico feliz com essa lembrança, ainda mais porque considero uma dupla muito boa. Gosto do jeito que o Paulão joga, é um cara humilde, não é desleal. Ele e o Ernando se completam – conta Marcos Paraná.
Para o multicampeão do Inter e ex-zagueiro Bolívar, o trunfo da dupla é justamente o fato de terem características complementares. Enquanto Ernando é mais tranquilo, discreto e versátil, Paulão tem um perfil de liderança, tanto que virou um dos homens da confiança de Argel.
– O Ernando quebrou muito galho desde que chegou do Goiás. E esse ano está conseguindo manter regularidade na posição de origem. Já o Paulão evoluiu muito. A confiança que o Argel passa para ele faz toda a diferença – analisa o capitão colorado na Libertadores de 2010.
Há outro aspecto dos zagueiros que fez a diferença nas fases decisivas: a turma de trás decidiu na frente. Além de saírem invictos contra São Paulo-RG e São José, foram os zagueiros que marcaram os gols. Contra o time de Rio Grande, Paulão furou a retranca armada por Hélio Vieira aproveitando cruzamento de Andrigo pelo lado direito, abrindo caminho para o 3 a 0. Diante do São José, no Passo D'Areia, Paulão foi o assistente, e Ernando o executor do gol da vitória, que deu a vaga na decisão.
Autor do gol do empate no jogo de ida da decisão da Libertadores de 2010 (inclusive em um lance semelhante ao do jogo contra o Zequinha, em que um zagueiro – Índio – deu a assistência para o outro, de cabeça), Bolívar cita outro fator importante do time de Argel: a solidariedade defensiva, que facilita a chegada ao ataque.
– Quando se fala do sistema defensivo, tem que lembrar que o Inter tem atacantes que marcam muito, o que dá a liberdade para os dois zagueiros subir ao ataque. A marcação começa lá na frente – diz o zagueiro.
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