Anderson começa a ser um jogador fundamental na mecânica de jogo do Inter. Das quatro últimas rodadas do Gauchão, o ataque marcou 14 gols. Anderson só não esteve presente nos 3 a 0 sobre o Glória, por preservação. Foi o melhor em campo nas quartas de final do Estadual, contra o São Paulo, e marcou gols nas goleadas sobre Novo Hamburgo e Brasil-Pel. Nesta quarta, Anderson completa 28 anos de idade.
O camisa 8 foi apresentado no Beira-Rio 437 dias atrás. Até então não havia realizado bons jogos e em sequência. Agora, tudo indica que Anderson engrenou. A parceria com Andrigo na armação e até mesmo o bom entendimento com os volantes Fernando Bob e Fabinho mostram um jogador superior àquele que retornou a Porto Alegre. Para o coordenador de preparação física do Inter, Elio Carravetta, agora, Anderson voltou ao futebol brasileiro.
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– Anderson está readaptado ao Brasil. Ao modelo de jogo, ao padrão do nosso futebol. E isso desencadeia uma maior motivação e o jogador ganha mais autonomia em campo – diz Carravetta. – Ele passou 10 anos na Europa, atuando com atletas que estavam acostumados a um tipo de comunicação, de entendimento de jogo, agora, Anderson tem outros companheiros em campo, e há um processo envolvido nisso também – acrescenta.
O preparador dá um exemplo prático sobre o crescimento de Anderson. No ano passado, o meia percorria de seis a sete quilômetros por jogo. Agora, teve um crescimento de sua performance:
– Anderson vem melhorando a cada semana. Nesse Gauchão, ele tem percorrido entre nove e 10 quilômetros a cada partida. Anderson está tirando a Inglaterra do corpo.
Dos seus 18 anos de carreira profissional, Paulo César Tinga passou seis deles jogando no Exterior, no Japão, em Portugal e na Alemanha. Concorda com Carravetta e acredita que Anderson está deslanchando justamente no momento em que consegue se readequar ao futebol nacional.
– Anderson se readaptou ao ritmo de jogo do Brasil, está pegando confiança de novo e a torcida largou o pé dele. Anderson é um craque e o Brasil está precisando de um cara como ele, até para jogar na Seleção Brasileira – defende Tinga.
No Gauchão, Anderson é o líder colorado em assistências para gols (com quatro) e também lidera o time em assistências para finalizações (aquelas que não geram gols, com 25). Curiosamente, é o segundo jogador colorado que mais comete faltas, com um total de 25. E o quinto goleador do Inter na temporada, com três gols.
Paulo César Carpegiani foi um dos maiores armadores da história colorada. Para o camisa 8 do bicampeonato nacional, em 1975 e 1976, Anderson começou a desabrochar no Beira-Rio.
– Sempre acreditei que esse menino iria fechar perfeitamente com o Inter. Anderson está acima dos outros. É um cara técnico, experiente, com uma aceleração acima do normal – entende Carpegiani.
Elogios à parte, o ex-jogador de Inter, Flamengo e Seleção Brasileira acredita que Anderson ainda necessita manter uma regularidade em meio aos jogos.
– O que ele precisa é ter continuidade no jogo, ser mais participativo ao longo dos 90 minutos. Ainda assim, me pergunto se essa participação virá. É característica dele dar uma sumida em meio à partida. Mas o torcedor não quer saber disso, ele quer que o cara se doe e empolgue o tempo todo. Há de se entender que o Inter está em formação ainda – afirma Paulo César Carpegiani.
Na semifinal entre Inter e São José, o camisa 8 terá a chance para provar uma vez mais que é diferencial técnico do Inter de Argel.
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