Sempre que sai do Beira-Rio a informação de que o Inter poderá ser escalado com três volantes, gemidos, ganidos e resmungos brotam de parte da imprensa mais alegre que, cordialmente, batizei de bambilândia. E, tão inevitável quanto a morte, imediatamente se faz comparação com o Grêmio que, como até as nuvens sabem, joga com dois volantes. Gosto da discussão e, peço licença, nela mergulharei.
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Também este humilde analista não gosta de time que abriga três volantes de contenção. Ex: Nico Freitas, Rodrigo Dourado e Bertotto. Se um deles fosse substituído por Aránguiz, ficaria bem. O chileno nunca foi volante de contenção. Mas por que o Inter deveria, ou poderia jogar com três homens essencialmente de marcação no meio-campo enquanto ao Grêmio bastam dois? Explico a seguir.
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Um novo conceito, nem tão novo assim, foi batizado de recomposição. Este sistema trata de recuos dos jogadores de frente para reforçar a marcação sempre que o adversário recupera a bola. No Grêmio acontece assim: Pedro Rocha recua e vai marcar, se for preciso, na sua área defensiva. Luan, apesar do seu talento de atacante, também não recusa o sacrifício e volta para conter o adversário. De Giuliano nem é preciso falar. Sua disponibilidade para se solidarizar com os seus volantes e defensores, é absoluta. E, até Douglas dá umas recuadinhas buscando recuperar o controle da bola.
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No Inter, até a suspensão de Nilton, o Inter jogava com dois volantes que se esgotavam correndo atrás dos adversários. Por quê? Simples. Porque Alex não fazia recomposição, D´Alessandro a mesma coisa, Anderson idem e Sasha já faz tempo que não joga. Sobravam os dois atacantes para recuar e ajudar na marcação. Valdívia quase morria correndo o mesmo acontecendo com Lisandro López.
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E o ataque, consequentemente, sumia. Melhorava um pouco quando a velocidade de Vitinho estava em campo. Eu poderia abreviar dizendo que os meias e pelo menos um atacante do Grêmio fazem a recomposição como rotina. No Inter, as tarefas de contenção são quase todas cumpridas pelos dois volantes. Assim, o Inter não conseguia e não consegue marcar o adversário e se impor no meio-campo.
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Quando Sasha voltar, se alguém propuser que o Inter acrescente mais um volante, pedir pena de morte para o incauto. Porém, sem Sasha é quase dever de Argel reforçar a marcação no meio-campo. Ou faz isso, ou se candidata a levar mais cinco no próximo Gre-Nal. Ou na Arena Condá.
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