Aos 91 anos, Harry Bernardo Schwarz, ex-goleiro do Inter da década de 1940, morreu em Porto Alegre às 20h40min desta sexta-feira (30/10). Há seis meses lutando contra problemas de saúde, o ex-jogador estava internado no Hospital Ernesto Dornelles e teve falência múltipla dos órgãos.
O corpo de Harry está sendo velado no Crematório Saint Hilaire, em Viamão. O enterro acontecerá às 17h deste sábado.
A chance de jogar no time do coração
Natural de Venâncio Aires, Harry mudou-se para Santa Cruz com dois meses de vida em função da profissão do pai, o médico Conrado Schwarz. O falecimento do pai fez com que sua mãe, a dona de casa Maria Elisabeta Schwarz, voltasse com os quatro filhos - Rudy, Redy, Lory e Harry - para a Capital. Para ajudar a família, o menino vendia na escola doces feitos pela mãe.
Chegando em Porto Alegre, começou a trabalhar em uma empresa de produtos farmacêuticos. O time de futebol da CRT, na época localizada próximo ao local de trabalho de Harry, percebeu as habilidades do garoto no gol.
Em seguida, o Grêmio Esportivo Renner acertou a contratação do jovem goleiro. As jornadas de trabalho eram divididas com os treinos. Em 31 de dezembro de 1946, conheceu Leda Suely Sperb Schwarz. O namoro só não foi à primeira vista porque, no mesmo dia, Harry, em uma disputa de bola, levou uma pancada no olho, marca que ainda carrega no rosto. Foram 20 dias no hospital. No retorno, a grande disputa: Renner contra o Inter.
Harry jogou e, pela bela atuação, uma semana depois, foi contratado pelo seu time do coração. O Inter, em 1946, chorava a perda de uma sequência de seis títulos gaúchos para o seu arquirrival.
Reserva de Ivo Winck, Harry ajudou o time de 1947 a comemorar mais um título.
- Jogadores que estavam no banco jogavam tanto quanto os titulares, diferente de hoje - relembrou o ex-goleiro em entrevista ao Diário Gaúcho em 2011.
A dedicação pelo futebol não pode ir adiante. O salário que os profissionais recebiam não era suficiente para o sustento de uma família. E ele optou por continuar somente na CRT, onde ficou por 40 anos, tempo em que os três filhos - Roberto, Ricardo e Dóris - e os netos nasceram.