Nem a reverência exagerada que lhe tiraria chances de surpreender, nem uma falta de respeito que ignore a diferença entre os times. Tarcísio Pugliese, técnico do Ituano desde julho do ano passado, encara o confronto com o Inter pela Copa do Brasil com pés no chão, mas sem deixar de sonhar com a classificação à próxima fase.
Aos 35 anos, o treinador se divide entre a campanha na Copa Paulista (em que o Ituano lidera o Grupo 3 com 100% de aproveitamento) e a trajetória na competição nacional, que incluiu vitórias em dois confrontos com equipes da Série A (Joinville e Goiás). Em entrevista por telefone a ZH, Pugliese projetou o enfrentamento com o Inter, que se inicia na quinta-feira, no Beira-Rio.
Inter
"Os dois times são incomparáveis. Há uma evidente diferença de história, estrutura física, potencial financeiro. Mas nós sabemos que o jogo é dentro de campo, que é possível vencer. Houve a demissão do Aguirre, algo que, infelizmente, faz parte da nossa cultura. Tivemos bastante tempo para analisar o adversário com a atenção necessária. Não acredito que a troca recente de técnico trará algum prejuízo ao Inter."
Permanência no Ituano
"Estou realizando um trabalho há algum tempo. Ajuda o fato de que não passamos por nenhum momento de turbulência neste período. Fizemos um bom Campeonato Paulista para a realidade do Ituano (foi eliminado nas quartas de final diante do São Paulo). O Juninho (ex-jogador e gestor de futebol do clube) é um cara que tem uma visão um pouco diferente. Valoriza o trabalho e não apenas o resultado. É um clube modesto, mas organizado."
Como o time joga
"Nós temos um modelo de jogo, mas não vou falar muito sobre isso. Sabemos que o Inter terá mais dificuldades para buscar informações sobre o nosso time do que nós teremos sobre o deles. Os jogadores mais conhecidos são o Fábio (goleiro com passagens por Portuguesa e São Caetano) e o Cristian (meia com passagem pelo Palmeiras). O clube também tem um bom trabalho de base e sempre temos jovens de qualidade para compor a equipe."
* ZH Esportes